Risco de suicídio após automutilação em adolescentes e adultos jovens
Pesquisadores do College of Physicians and Surgeons, da Columbia University e do New York State Psychiatric Institute, em Nova Iorque, avaliaram adolescentes e adultos jovens com relatos de autoflagelação não fatal, com o objetivo de identificar os fatores de risco para automutilação repetida não fatal e o risco de morte por suicídio ao longo do ano seguinte a esta prática. O artigo foi publicado no periódico Pediatrics.
Saiba mais sobre "Automutilação" e "Suicídio".
Uma coorte1 nacional (EUA) de pacientes no programa Medicaid, com idades entre 12 e 24 anos (n=32.395), foi acompanhada por até um ano após a autoagressão. A informação de causa da morte foi obtida do National Death Index. A automutilação repetida por 1.000 pessoas-ano e as mortes por suicídio por 100.000 pessoas-ano foram determinadas. As taxas de risco (HR) de repetição da automutilação e de suicídio foram estimadas pelos modelos de risco proporcional de Cox. Taxas de mortalidade2 padronizadas por suicídio foram obtidas por comparação com controles populacionais gerais demograficamente compatíveis.
Dentre os mais de 32.000 eventos autoagressivos, os métodos usados foram classificados como violentos em 4,5% dos episódios (como, por exemplo, uso de armas de fogo) e não violentos em 83,4% dos episódios (dois terços dos quais foram por envenenamentos e 18% foram por cortes).
A taxa de mortalidade2 padronizada por suicídio em 12 meses após a automutilação foi significativamente maior para adolescentes do que adultos jovens. Os riscos de suicídio após autolesão foram significativamente maiores para os índios americanos e nativos do Alasca do que para pacientes3 brancos não hispânicos e para pacientes3 com história de automutilação que inicialmente usaram métodos violentos, especialmente uso de armas de fogo, em comparação com os métodos de autoagressão não violenta.
Os riscos de repetir a auto-mutilação foram maiores para indivíduos do sexo feminino, pacientes com transtornos de personalidade e pacientes cuja automutilação inicial foi tratada em ambiente hospitalar em comparação com um serviço de emergência4 ou ambulatório.
Após a autoagressão não fatal, adolescentes e adultos jovens apresentavam risco marcadamente elevado de suicídio. Entre esses pacientes de alto risco, aqueles que usaram métodos de autoagressão violenta, particularmente com o uso de armas de fogo, apresentavam um risco especialmente alto, ressaltando a importância dos cuidados de acompanhamento para ajudar a garantir sua segurança.
Leia também sobre "Envenenamento", "Tricotilomania", "Psicoses" e "Depressões".
Fonte: Pediatrics, volume 141, número 4, em abril de 2018