Alimentação infantil e ganho de peso: separando o leite materno da amamentação exclusiva, a alimentação por fórmulas e por alimentos sólidos
A amamentação1 tem sido inconsistentemente associada ao menor risco de obesidade2. Na maioria dos estudos, os pesquisadores normalmente não fazem distinção entre amamentar exclusivamente ao seio3 materno e consumir leite materno em mamadeiras ou entre suplementação4 com fórmula versus introdução de alimentos, e poucos levam em consideração a alimentação usada em hospital.
Saiba mais sobre "Amamentação1 ou aleitamento materno5" e "Obesidade2".
Neste estudo publicado pelo periódico Pediatrics, a alimentação foi relatada por mães e documentada a partir de registros hospitalares canadenses, usando dados da coorte6 Canadian CHILD Study. Os escores z do peso corporal e do índice de massa corporal7 (IMC8) foram medidos aos 12 meses. Foram realizadas análises controladas para o IMC8 materno e outros fatores de confusão.
Entre 2.553 díades mãe-bebê, 97% iniciaram o aleitamento materno5 e a mediana da duração do aleitamento materno5 foi de 11 meses. A maioria das crianças (74%) recebeu sólidos antes dos 6 meses. Entre os bebês9 “amamentados exclusivamente com leite materno”, 55% receberam algum leite materno extraído do seio3 e 27% receberam fórmula no hospital.
Em comparação com a amamentação1 direta e exclusiva aos 3 meses, todos os outros estilos de alimentação foram associados com IMC8 mais elevado: β ajustado: +.12 (intervalo de confiança 95% [IC]: 0,01 a 0,23) para algum leite extraído do seio3, +.28 (IC 95%: 0,16 a 0,39) para amamentação1 parcial e +.45 (IC 95%: 0,30 a 0,59) para alimentação exclusiva com fórmula.
A suplementação4 breve de fórmulas no hospital não alterou essas associações, desde que a amamentação exclusiva10 fosse estabelecida e sustentada por pelo menos 3 meses. A suplementação4 de fórmula por 6 meses foi associada com maior IMC8 (β ajustado: +.25; IC 95%: 0,13 a 0,38), enquanto a suplementação4 com alimentos sólidos não foi. Os resultados foram semelhantes para a velocidade de ganho de peso.
A amamentação1 está inversamente associada à velocidade de ganho de peso, ao IMC8 e ao risco de excesso de peso durante a infância. Estas associações são dependentes da dose, parcialmente diminuídas quando o leite materno é oferecido a partir de uma mamadeira e substancialmente enfraquecidas pela suplementação4 com fórmula após o período neonatal.
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Fonte: Pediatrics, setembro de 2018