O consumo de cafeína aumenta o risco de fibrilação atrial de início recente?
A cafeína tem sido considerada um gatilho para a fibrilação atrial (FA). Com o objetivo de avaliar a relação entre a cafeína consumida e a incidência1 de FA, foi realizada uma meta-análise incluindo uma análise dose-resposta, publicada pelo periódico Karger Cardiology.
Dados de estudos selecionados incluíram 176.675 indivíduos (FA em 9.987 [5,7%]). O conteúdo de cafeína variou muito, desde 40 a 180 mg por xícara de café. Para fins dos cálculos do estudo em questão, os pesquisadores assumiram o valor de 140 mg de cafeína em uma xícara padrão de café de 355 ml.
Nenhuma diferença significativa foi encontrada na incidência1 de FA quando os indivíduos que consumiram menos de 2 xícaras de café por dia foram comparados com os indivíduos com maior consumo (1,068 [0,937–1,216]). O risco de FA foi maior entre os indivíduos que consumiram menos de 2 xícaras de café por dia, quando comparados com os indivíduos com maior consumo diário. Uma menor incidência1 de FA foi encontrada entre as pessoas que consomem mais de 436 mg por dia.
Conclui-se neste estudo que a incidência1 de FA não é aumentada pelo consumo de café. De fato, encontramos uma menor incidência1 de FA quando o consumo de cafeína ultrapassou 436 mg/dia. Portanto, com base nas evidências disponíveis, não há associação entre a ingestão de cafeína e o risco de FA.
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Fonte: Karger Cardiology, Vol. 140, No. 2, 2018.