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Cuidando da dor no período pós-parto, diretriz do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas

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Esta informação do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas é um recurso educacional para auxiliar médicos na prestação de cuidados obstétricos e ginecológicos no manejo da dor durante o período pós-parto, mas seu uso é voluntário. Ela não se destina a substituir o julgamento profissional independente do médico responsável pelo tratamento. Variações na prática podem ser justificadas pelas condições de saúde1 das pacientes, limitações de recursos disponíveis ou avanços no conhecimento ou na tecnologia.

Dor e fadiga2 são os problemas mais comuns relatados por mulheres no período pós-parto precoce. A dor pode interferir na capacidade de uma mulher cuidar de si mesma e de seu bebê. A dor não tratada está associada ao risco de maior uso de opioides, depressão pós-parto e desenvolvimento de dor persistente.

Uma abordagem gradual usando uma combinação multimodal de agentes (isto é, o uso de dois ou mais analgésicos3 que têm diferentes mecanismos de ação) pode permitir que obstetras-ginecologistas e outros prestadores de cuidados obstétricos individualizem efetivamente o tratamento da dor para mulheres no período pós-parto. Isso é importante por causa da variação nos tipos e intensidade de dor que as mulheres experimentam no início do pós-parto, bem como a preocupação de que 1 em 300 pacientes virgens de exposição a opioides após cesariana se tornarão usuárias persistentes de opioides.

Devido ao risco de efeitos adversos maternos e neonatais em mulheres que são metabolizadoras ultrarrápidas de codeína, o monitoramento para sedação4 excessiva e outros efeitos adversos em lactentes5 e o acompanhamento prudente de mulheres às quais são prescritos opiáceos é fundamental.

Terapias não farmacológicas e farmacológicas são componentes importantes do manejo da dor pós-parto. Como 81% das mulheres nos Estados Unidos iniciam a amamentação6 durante o período pós-parto, é importante considerar os efeitos das drogas de todos os medicamentos prescritos na díade mãe-bebê.

Saiba mais sobre "Depressão pós-parto" e "Amamentação6".

Embora as recomendações da U.S. Food and Drug Administration (FDA), dos EUA, ressaltem a necessidade de orientação antecipatória sobre os efeitos dos opioides em todos os pacientes, obstetras-ginecologistas e outros profissionais obstétricos devem garantir que a aplicação dessas orientações não interfira no controle da dor ou interrompa a amamentação6 durante o período pós-parto. Mulheres com transtorno de uso de opioides, mulheres que têm dor crônica e mulheres que usam outros medicamentos ou substâncias que podem aumentar a sedação4 precisam de apoio adicional no gerenciamento da dor no pós-parto.

Segue resumo das principais recomendações do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas:

  • Para a dor pós-operatória da cesariana, o padrão de analgésicos3 adjuntos orais e parenterais inclui acetaminofeno, anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs), opioides e opioides que estão em formulações combinadas com acetaminofeno ou AINE.
  • Os opioides parenterais ou orais devem ser reservados para o tratamento da dor súbita quando a analgesia da combinação de opioides neuroaxiais e adjuntos não opioides se tornar inadequada.
  • Uma abordagem de tomada de decisão compartilhada para a prescrição de opioides na alta do pós-parto pode otimizar o controle da dor enquanto reduz o número de comprimidos opioides utilizados.
  • Se uma medicação contendo codeína for a escolha selecionada para o manejo da dor pós-parto, os riscos e benefícios da medicação, incluindo a educação do paciente em relação aos sinais7 de toxicidade8 do recém-nascido, devem ser revisados com a família.
  • Independentemente da medicação selecionada, é prudente aconselhar as mulheres a quem são prescritos analgésicos3 opiáceos sobre o risco de depressão do sistema nervoso central9 na mulher e na criança amamentada. A duração do uso de prescrições de opiáceos deve ser limitada ao menor tempo razoável esperado para o tratamento da dor aguda.
Veja também sobre "Parto vaginal", "Cesárea", "Parto a termo", "Parto prematuro".

 

Fonte: The American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG), número 742, em 18 de maio de 2018

 

NEWS.MED.BR, 2018. Cuidando da dor no período pós-parto, diretriz do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1321448/cuidando-da-dor-no-periodo-pos-parto-diretriz-do-colegio-americano-de-obstetras-e-ginecologistas.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.

Complementos

1 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
2 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
3 Analgésicos: Grupo de medicamentos usados para aliviar a dor. As drogas analgésicas incluem os antiinflamatórios não-esteróides (AINE), tais como os salicilatos, drogas narcóticas como a morfina e drogas sintéticas com propriedades narcóticas, como o tramadol.
4 Sedação: 1. Ato ou efeito de sedar. 2. Aplicação de sedativo visando aliviar sensação física, por exemplo, de dor. 3. Diminuição de irritabilidade, de nervosismo, como efeito de sedativo. 4. Moderação de hiperatividade orgânica.
5 Lactentes: Que ou aqueles que mamam, bebês. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
6 Amamentação: Ato da nutriz dar o peito e o lactente mamá-lo diretamente. É um fenômeno psico-sócio-cultural. Dar de mamar a; criar ao peito; aleitar; lactar... A amamentação é uma forma de aleitamento, mas há outras formas.
7 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
8 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
9 Sistema Nervoso Central: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
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