A IL-6 materna durante a gravidez pode prever a futura memória de trabalho na prole, publicado pela Nature Neuroscience
Várias linhas de evidência apoiam a ligação entre a inflamação1 materna durante a gravidez2 e o aumento da probabilidade de distúrbios neurodesenvolvimentais e alterações psiquiátricas na prole. Este estudo longitudinal procura promover a compreensão sobre as implicações da inflamação1 materna sistêmica durante a gravidez2, indexada pelas concentrações plasmáticas de interleucina-6 (IL-6), para o desenvolvimento do sistema cerebral em larga escala e para as habilidades emergentes de função executiva3 nos filhos.
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Pesquisadores do Department of Behavioral Neuroscience, da Oregon Health & Science University, em Portland, nos EUA, avaliaram a IL-6 materna durante a gravidez2, imagens de ressonância magnética5 funcional em neonatos6 e a memória de trabalho7 (um componente importante da função executiva3) aos 2 anos de idade.
A conectividade funcional dentro e entre múltiplas redes cerebrais neonatais pode ser modelada para estimar as concentrações maternas de IL-6 durante a gravidez2. As regiões do cérebro8 fortemente ponderadas nesses modelos se sobrepõem substancialmente àquelas que suportam a memória de trabalho7 em uma grande meta-análise. A IL-6 materna também responde diretamente por uma parte da variância da memória de trabalho7 aos 2 anos de idade.
Os achados do estudo destacam a associação da inflamação1 materna durante a gravidez2 com a arquitetura funcional em desenvolvimento do cérebro8 e a função executiva3 emergente. Os resultados apresentam potencial para auxiliar no desenvolvimento de novos tratamentos que reduzam os possíveis danos que a inflamação1 materna na gestação possa acarretar ao funcionamento do cérebro8 de bebês9.
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Fonte: Nature Neuroscience, publicação online em 9 de abril de 2018