Anticoncepcionais e risco de câncer ao longo da vida: avaliação do Royal College of General Practitioners
Lisa Iversen e colaboradores do Institute of Applied Health Sciences, University of Aberdeen, no Reino Unido, estudaram as associações entre o uso de contraceptivos orais combinados e o risco de câncer1 ao longo da vida.
Os contraceptivos orais têm sido utilizados por centenas de milhões de mulheres em todo o mundo. Ainda existem questões importantes sobre os riscos de câncer1 no longo prazo associados à contracepção2 oral. Apesar das pesquisas anteriores, permanecem questões importantes sobre a segurança desses contraceptivos:
(1) Por quanto tempo os benefícios do câncer1 de endométrio3, ovário4 e câncer1 colorretal persistem?
(2) O uso combinado de contraceptivos orais durante os anos reprodutivos produz novos riscos de câncer1 mais tarde na vida?
(3) Qual é o resultado geral do câncer1 entre usuários passados quando eles entram nos estágios posteriores de suas vidas?
Saiba mais sobre "Pílulas anticoncepcionais", "Câncer1 de endométrio3", "Câncer1 de ovário4" e "Câncer1 colorretal".
O objetivo deste estudo foi examinar as consequências no longo prazo associadas ao uso de contraceptivos orais combinados em relação ao risco de desenvolvimento de câncer1. Inicialmente foram recrutadas para o UK Royal College of General Practitioners' Oral Contraception Study, em 1968 e 1969, 23.000 mulheres que usavam anticoncepcional oral combinado (ACO) e 23.000 mulheres sem uso passado ou atual de ACO. Elas foram observadas por até 44 anos. Dados sobre o uso de ACO, diagnóstico5 subsequente de câncer1 e outros fatores de risco (tabagismo, classe social, paridade, histórico médico significativo) foram coletados. A análise foi feita para toda a coorte6, bem como para subgrupos (com base em categorias de idade e tabagismo).
Das mulheres que já eram usuárias de ACO, 4.661 foram diagnosticadas com pelo menos um câncer1 em 884.895 mulheres-ano de seguimento. Entre as não usuárias, 2.341 foram diagnosticadas com câncer1 em 388.505 mulheres-ano de seguimento.
O risco de câncer1 aumentou com a idade e o tabagismo em ambos os grupos.
As usuárias atuais ou recentes (<5 anos) de ACO estavam em maior risco de câncer1 em geral (IRR, 1,28; IC 99%, 1,08-1,54), câncer1 de mama7 (IRR, 1,48; IC 99%, 1,10-1,97) e câncer1 cervical (IRR, 2,32; IC 99%, 1,24-4,34). Este aumento do risco de câncer1 já não estava presente entre aquelas com mais de 5 anos de interrupção da medicação.
O risco reduzido de câncer1 de endométrio3 e ovário4 foi observado em usuárias recentes e aquelas que usaram ACO no passado e o efeito protetor ainda estava presente entre aquelas com mais de 35 anos desde o último uso.
Não houve evidência de novos riscos de câncer1 aparecendo mais tarde na vida entre as mulheres que usaram anticoncepcionais orais. Assim, o equilíbrio global do risco de câncer1 entre aquelas que usaram contraceptivos orais no passado foi neutro considerando os riscos aumentados contrabalanceados pelos benefícios em relação aos cânceres de endométrio3, ovário4 e colorretal que persistiram por pelo menos 30 anos.
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Fonte: American Journal of Obstetrics & Gynecology, publicação online de 8 de fevereiro de 2017