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Tratamento farmacológico da hipertensão em adultos com 60 anos ou mais: controle severo ou menos intenso da pressão arterial?

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O American College of Physicians (ACP) e a American Academy of Family Physicians (AAFP) desenvolveram conjuntamente esta diretriz para apresentar as evidências e fornecer recomendações clínicas baseadas nos benefícios e danos de se alcançar alvos mais altos ou mais baixos de pressão arterial1 com o tratamento da hipertensão2 em adultos com 60 anos ou mais de idade.

Esta diretriz baseia-se numa revisão sistemática de ensaios clínicos3 aleatórios e controlados de efeitos primários publicados e estudos observacionais de danos apenas (identificados através das bases de dados EMBASE, Cochrane, MEDLINE e ClinicalTrials.gov), desde a sua criação até janeiro de 2015. A pesquisa MEDLINE foi atualizada até setembro de 2016.

Os resultados avaliados incluíram mortalidade4 por todas as causas, morbidade5 e mortalidade4 relacionadas com acidente vascular cerebral6 (AVC), principais eventos cardíacos (infarto do miocárdio7 fatal e não fatal e morte cardíaca súbita) e danos. Esta diretriz classifica as evidências e recomendações usando o método GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development, and Evaluation).

Saiba mais sobre "Hipertensão2", "Acidente Vascular Cerebral6" e "Infarto do Miocárdio7".

As atuais recomendações são:

Recomendação 1:

A ACP e a AAFP recomendam que os clínicos iniciem o tratamento em adultos com 60 anos ou mais com pressão arterial sistólica8 persistentemente igual ou superior a 150 mmHg para atingir uma pressão arterial sistólica8 alvo inferior a 150 mmHg com o objetivo de reduzir o risco de mortalidade4, acidente vascular cerebral6 e eventos cardíacos. (Grau: recomendação forte, evidência de alta qualidade). Recomenda-se que os médicos selecionem os objetivos do tratamento para adultos com 60 anos ou mais, com base em uma discussão periódica dos benefícios e danos de alvos específicos de pressão arterial1 com o paciente.

Recomendação 2:

A ACP e a AAFP recomendam que os clínicos considerem iniciar ou intensificar o tratamento farmacológico em adultos com idade igual ou superior a 60 anos com história de acidente vascular cerebral6 ou ataque isquêmico9 transitório para atingir uma pressão arterial sistólica8 de menos de 140 mmHg para reduzir o risco de AVC recorrente. (Grau: recomendação fraca, evidência de qualidade moderada). Recomenda-se que os médicos selecionem os objetivos do tratamento para adultos com 60 anos ou mais, com base em uma discussão periódica dos benefícios e danos de alvos específicos de pressão arterial1 com o paciente.

Leia mais sobre "Dieta que reduz a pressão arterial1" e "Isquemia10 cerebral transitória".

Recomendação 3:

A ACP e a AAFP recomendam que os clínicos considerem iniciar ou intensificar o tratamento farmacológico em alguns adultos de 60 anos ou mais de alto risco cardiovascular, com base na avaliação individualizada, para atingir uma pressão arterial sistólica8 de menos de 140 mmHg para reduzir o risco de AVC ou de eventos cardíacos. (Grau: recomendação fraca, evidência de baixa qualidade). Recomenda-se que os médicos selecionem os objetivos do tratamento para adultos com 60 anos ou mais, com base em uma discussão periódica dos benefícios e danos de alvos específicos de pressão arterial1 com o paciente.

Veja também: "Hipertensão arterial11 na infância".

 

Fonte: Annals of Internal Medicine, em 17 de janeiro de 2017

 

NEWS.MED.BR, 2017. Tratamento farmacológico da hipertensão em adultos com 60 anos ou mais: controle severo ou menos intenso da pressão arterial?. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1287773/tratamento-farmacologico-da-hipertensao-em-adultos-com-60-anos-ou-mais-controle-severo-ou-menos-intenso-da-pressao-arterial.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.

Complementos

1 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
2 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
3 Ensaios clínicos: Há três fases diferentes em um ensaio clínico. A Fase 1 é o primeiro teste de um tratamento em seres humanos para determinar se ele é seguro. A Fase 2 concentra-se em saber se um tratamento é eficaz. E a Fase 3 é o teste final antes da aprovação para determinar se o tratamento tem vantagens sobre os tratamentos padrões disponíveis.
4 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.
5 Morbidade: Morbidade ou morbilidade é a taxa de portadores de determinada doença em relação à população total estudada, em determinado local e em determinado momento.
6 Acidente vascular cerebral: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
7 Infarto do miocárdio: Interrupção do suprimento sangüíneo para o coração por estreitamento dos vasos ou bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque cardíaco.
8 Pressão arterial sistólica: É a pressão mais elevada (pico) verificada nas artérias durante a fase de sístole do ciclo cardíaco, é também chamada de pressão máxima.
9 Isquêmico: Relativo à ou provocado pela isquemia, que é a diminuição ou suspensão da irrigação sanguínea, numa parte do organismo, ocasionada por obstrução arterial ou por vasoconstrição.
10 Isquemia: Insuficiência absoluta ou relativa de aporte sanguíneo a um ou vários tecidos. Suas manifestações dependem do tecido comprometido, sendo a mais frequente a isquemia cardíaca, capaz de produzir infartos, isquemia cerebral, produtora de acidentes vasculares cerebrais, etc.
11 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
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