Dieta Mediterrânea parece ajudar na prevenção da atrofia cerebral de idosos, segundo estudo realizado em uma coorte escocesa
Com o objetivo de avaliar a associação entre a dieta do tipo mediterrânea (MeDi) e a alteração das medidas volumétricas cerebrais por ressonância magnética1 (RM) e espessura cortical média ao longo de um período de 3 anos em idosos (73-76 anos) foi realizado um trabalho publicado pela revista Neurology.
Leia nosso artigo: "Em que consiste a dieta mediterrânea2?".
Os pesquisadores se concentraram em dois volumes longitudinais do cérebro3 (massa total e cinzenta, n=5401 e 398, respectivamente) mais uma medida longitudinal da espessura cortical (n=5323), para a qual a evidência transversal anterior de associação com a MeDi foi mais forte. A aderência à MeDi foi calculada a partir dos dados recolhidos de um questionário de frequência alimentar aos 70 anos, 3 anos antes da coleta de dados das imagens de base.
Em modelos de regressão ajustando-se os indicadores demográficos e de saúde4 física, verificou-se que a menor adesão à MeDi foi associada a uma maior redução no volume total do cérebro3 (explicando 0,5% de variância, p=0,05) em 3 anos. Este efeito foi metade do tamanho do que ocorre devido ao envelhecimento normal nesta amostra. As associações transversais entre MeDi e as medidas de ressonância magnética1 de base em 562 participantes não foram significativas. Análises específicas do consumo de carne e peixe não reproduziram associações anteriores com o volume total do cérebro3 ou com o volume total de massa cinzenta.
Concluiu-se que a menor adesão à MeDi em uma coorte5 escocesa de idosos é preditiva de atrofia6 cerebral total em um intervalo de 3 anos. Este efeito não foi detectável para o volume da substância cinzenta, sugerindo que o efeito sobre o volume cerebral total não foi consequência de uma influência específica sobre a matéria cinzenta. O consumo de peixe e carne não impulsiona essa mudança, sugerindo que outros componentes da MeDi ou, possivelmente, todos os seus componentes em combinação sejam responsáveis pela associação.
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Fonte: Neurology, de 4 de janeiro de 2017