Hipertensos no mundo passaram de 594 milhões em 1975 para mais de 1,1 bilhão em 2015
Uma análise combinada de 1479 estudos de base populacional com 19,1 milhões de participantes foi realizado e publicado pelo periódico The Lancet. A pesquisa mostra que o maior aumento na prevalência1 ocorreu em países de baixa e média rendas no sul da Ásia e na África subsaariana, enquanto a prevalência1 caiu em países de alta renda, como os Estados Unidos, Reino Unido e Canadá. A pressão arterial2 permanece "persistentemente" alta na Europa Central e Oriental.
O aumento da pressão arterial2 é um fator de risco3 importante para doenças cardiovasculares4 e doença renal5 crônica. Pesquisadores do NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC) avaliaram as tendências mundiais de pressão arterial sistólica6 média, de pressão arterial diastólica7 média e a prevalência1 e o número de pessoas com pressão arterial2 elevada, definida como pressão arterial sistólica6 de 140 mmHg ou superior ou pressão arterial diastólica7 de 90 mmHg ou superior.
Leia sobre "Hipertensão arterial8", "Insuficiência renal9 crônica", "Infarto do Miocárdio10" e "Acidente Vascular Cerebral11".
Para esta análise, foram reunidos estudos populacionais nacionais, subnacionais ou comunitários que mediram a pressão arterial2 em adultos com idade igual ou superior a 18 anos. Foi utilizado um modelo hierárquico bayesiano para estimar as tendências mundiais entre 1975 e 2015 na média da pressão arterial sistólica6 e na média da pressão arterial diastólica7 e a prevalência1 de pressão arterial2 elevada em 200 países. Calculou-se as contribuições das mudanças na prevalência1 versus crescimento populacional e envelhecimento populacional para o aumento do número de adultos com pressão arterial2 elevada.
Foram reunidos 1479 estudos que mediram a pressão arterial2 de 19,1 milhões de adultos. A pressão arterial sistólica6 média global padronizada por idade em 2015 foi 127,0 mmHg (IC 95% 125,7-128,3) em homens e 122,3 mmHg (121,0-123,6) em mulheres. A pressão arterial diastólica7 média padronizada por idade foi 78,7 mmHg (77,9-79,5) para homens e 76,7 mmHg (75,9-77,6) para mulheres. A prevalência1 global padronizada por idade da pressão arterial2 elevada foi 24,1% (21,4-27,1) em homens e 20,1% (17,8-22,5) em mulheres em 2015.
A média da pressão arterial sistólica6 e diastólica diminuiu substancialmente entre 1975 e 2015 nos países de alta renda do Oeste e da Ásia-Pacífico, levando esses países a terem uma das maiores taxas de pressão arterial2 mundial em 1975 e mudando para a menor em 2015. A média da pressão arterial2 também diminuiu em mulheres da Europa Central e Oriental, da América Latina e do Caribe e, mais recentemente, da Ásia Central, do Oriente Médio e do Norte da África, mas as tendências estimadas nessas super-regiões tinham maior incerteza do que nas super-regiões de alta renda.
Em contraste, a pressão arterial2 média pode ter aumentado no leste e no sudeste da Ásia, no sul da Ásia, na Oceania e na África subsaariana. Em 2015, a Europa Central e Oriental, a África Subsaariana e a Ásia do Sul tiveram os níveis de pressão arterial2 mais elevados. A prevalência1 de aumento da pressão arterial2 diminuiu nos países de renda elevada e em alguns países de renda média e permaneceu inalterada nos outros lugares. O número de adultos com pressão arterial2 elevada aumentou de 594 milhões em 1975 para 1,13 bilhões em 2015, com o aumento ocorrendo principalmente em países de baixa renda e de renda média. O aumento global do número de adultos com pressão arterial2 elevada é um efeito líquido de aumento devido ao crescimento populacional e ao envelhecimento e diminuição devido ao declínio da prevalência1 por idade específica.
Durante as últimas quatro décadas, os níveis mais altos de pressão arterial2 mundial passaram de países de alta renda para países de baixa renda no sul da Ásia e na África Subsaariana devido a tendências opostas, enquanto a pressão arterial2 tem sido persistentemente alta na Europa Central e Oriental.
Leia mais em "Hipertensão arterial8 na infância" e "Dieta para reduzir a pressão arterial2".
Fontes:
NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC)
The Lancet, de 15 de novembro de 2016