JAMA Cardiology: menopausa precoce pode significar maior risco de eventos cardiovasculares no futuro
O presente estudo mostra que a idade da menopausa1 pode ser um fator preditor de eventos cardiovasculares e de mortalidade2 em mulheres na pós-menopausa1, pois mulheres com início precoce da menopausa1 têm um risco aumentado para doença cardíaca. Mulheres nesta fase da vida podem ser um grupo alvo para estratégias de prevenção cardiovascular pró-ativas.
O Dr. Taulant Muka e colaboradores realizaram uma revisão sistemática e meta-análise de estudos publicados olhando para o efeito da idade de início da menopausa1 sobre os resultados de doenças cardiovasculares3 e todas as causas de mortalidade2. Foram incluídos 32 estudos envolvendo 310.329 mulheres não sobrepostas na análise.
Os estudos compararam resultados para as mulheres que tiveram a menopausa1 com menos de 45 anos com os resultados para as mulheres que apresentaram a menopausa1 com 45 anos ou mais, assim como os resultados para mulheres com menos de 50 anos no início da menopausa1, com os resultados para as mulheres com início da menopausa1 entre 50 e 54 anos.
Os pesquisadores descobriram que os riscos relativos para as mulheres que apresentaram a menopausa1 antes dos 45 anos, em comparação com as mulheres que a apresentaram com 45 anos ou mais, chegaram a 1,50 para a doença global cardíaca coronariana (DCC); 1,11 para DCC fatal; 1,23 para acidente vascular cerebral4 (AVC) em geral; 0,99 para mortalidade2 por AVC; 1,19 para mortalidade2 por doença cardiovascular (DCV) e 1,12 para todas as causas de mortalidade2.
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Para as mulheres de 50 a 54 anos de idade, no início da menopausa1, os pesquisadores encontraram uma diminuição do risco de DCC fatal (RR 0,87) e nenhum efeito sobre o acidente vascular cerebral4.
Os resultados indicam que a menopausa1 pode ser um período crítico para avaliar o risco para futuros eventos cardiovasculares e que este pode ser um momento oportuno para introduzir intervenções para a redução deste risco.
Essas mulheres devem considerar um melhor controle de condições médicas, tais como hipertensão arterial6, dislipidemia, resistência à insulina7 e outros fatores de risco cardiometabólicos, como mudanças no estilo de vida ou intervenções farmacológicas preventivas.
Pesquisas adicionais são necessárias para esclarecer as associações complexas entre o envelhecimento reprodutivo acelerado e a saúde8 vascular9 feminina, aplicando o conhecimento atual para ajudar na redução de eventos cardiovasculares nesta população de alto risco.
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Fonte: JAMA Cardiology, publicação online em 14 de setembro de 2016