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País registra queda de mortes por arma de fogo: pesquisa do Ministério da Saúde revela que em 2004 o índice nacional de óbitos foi reduzido em 8,2% em relação a 2003
A população brasileira ainda tem até o dia 23 de outubro para entregar armas nos postos da Polícia Federal em troca de remuneração financeira, dentro da Campanha do Desarmamento. Nessa data, haverá o referendo popular sobre a proibição ou não da venda de armas e munições para a população.
Verificou-se a redução de mortes em 18 estados. Mesmo onde ocorreu crescimento da taxa de mortalidade2, isso aconteceu em menor escala do que nos anos anteriores. Em números absolutos, o estado que mais contribuiu para a redução do índice em 2004 foi São Paulo, com menos 1.906 mortes, seguido pelo Rio de Janeiro, com 672 mortes a menos.
Para os ministérios da Saúde1 e da Justiça, a queda pode ser atribuída à Campanha do Desarmamento, lançada em julho de 2004 e realizada pelo governo federal em parceria com os governos estaduais e municipais e com a sociedade civil. "As maiores quedas nos índices de homicídios de 2003 para 2004 tiveram lugar nos estados que mais recolheram armas, nos estados onde nossa campanha foi bem sucedida", ressaltou o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, ao comemorar o impacto da campanha.
De acordo com o Ministério da Saúde1, o uso de armas representa a maior causa de morte entre a população jovem, particularmente entre os homens. As mortes por arma de fogo atingiram principalmente, de 1992 a 2004, pessoas entre 10 e 29 anos. "As armas matam mais nessa faixa etária do que as doenças respiratórias, cardiovasculares, câncer3, aids e acidentes de trânsito", afirmou o ministro da Saúde1, Saraiva Felipe, durante entrevista coletiva para divulgação dos números sobre redução de mortes por armas de fogo, na última sexta-feira. "É um problema extremamente grave e que atinge uma população teoricamente muito promissora", lamentou Saraiva Felipe. Em 2004, a taxa de mortalidade2 por armas de fogo entre jovens de 15 a 19 anos foi de 34%. Entre as pessoas na faixa etária dos 20 aos 24 anos a taxa alcançou 35%; entre os jovens de 25 a 29 anos, 26%.
O atendimento a pessoas feridas por armas de fogo, segundo o Ministério da Saúde1, provocou um custo para o SUS de R$ 18,5 milhões em 2004. "Esse gasto é pequeno em comparação a outras despesas de internação. Mas isso se deve ao fato de que a maior parte dos atingidos por bala acaba morrendo antes mesmo de chegar a um hospital", explicou o ministro.
O Estatuto do Desarmamento estabelece mais rigor na questão do porte de armas para reduzir os casos de violência interpessoal, suicídio e acidentes com armas de fogo. Pelo documento, somente poderão andar armados os responsáveis pela segurança pública - como integrantes das Forças Armadas, policiais e agentes de segurança privada - e civis com porte concedido pela Polícia Federal. A partir do Estatuto, apenas maiores de 25 anos poderão comprar armas no Brasil.
Fonte: Ministério da Saúde1
NEWS.MED.BR, 2005. País registra queda de mortes por arma de fogo: pesquisa do Ministério da Saúde revela que em 2004 o índice nacional de óbitos foi reduzido em 8,2% em relação a 2003. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/saude/996/pais-registra-queda-de-mortes-por-arma-de-fogo-pesquisa-do-ministerio-da-saude-revela-que-em-2004-o-indice-nacional-de-obitos-foi-reduzido-em-8-2-em-relacao-a-2003.htm>. Acesso em: 22 nov. 2024.
Complementos
1 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
2 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.
3 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).