Câncer passa a ser a principal causa de morte entre hispânicos, segundo o relatório Cancer Facts & Figures for Hispanics/Latinos
O relatório Cancer1 Facts & Figures for Hispanics/Latinos foi lançado em conjunto com o National Hispanic Heritage Month. Esta publicação é atualizada a cada três anos e é um recurso para obter informações atualizadas sobre o câncer1 entre os hispânicos.
Há 60 anos, a American Cancer1 Society's Research promove a prevenção e o controle do câncer1, fornecendo dados sobre a doença em um formato de fácil utilização chamado Cancer1 Facts & Figures for Hispanics/Latinos. Ao longo dos anos, novas publicações foram desenvolvidas para destacar um tipo específico de câncer1 ou a doença em uma população específica. Em 2000, para atender à demanda por informações mais aprofundadas sobre o câncer1 na crescente comunidade hispânica, este relatório foi introduzido.
Os hispânicos são a minoria que mais cresce nos Estados Unidos. O censo de 2010, realizado pelo US Census Bureau, diz que mais de 16% dos americanos (50,5 milhões de pessoas) se identificam como hispânicos ou latinos. Entre 2000 e 2010, a população latino-americana cresceu 43%, quatro vezes o crescimento da população total. Em 2010, 30% dos hispânicos nos EUA tinham menos de 15 anos, em comparação com 19% dos não-hispânicos. A maioria dos hispânicos é de origem mexicana (63%), seguida por Porto Rico (9%), América Central (8%), América do Sul (6%), Cuba (4%) e outras descendências.
O câncer1 agora é a principal causa de morte entre os hispânicos (as doenças do coração2 permanecem como a maior causa de morte entre os negros e os brancos). A pobreza e o acesso reduzido aos serviços médicos agravam a situação: 27% dos hispânicos são pobres (contra 10% dos brancos não-hispânicos) e 31% não têm seguro (versus 12% de brancos não-hispânicos). Como resultado, em comparação com os brancos não hispânicos, os hispânicos têm menores taxas de rastreamento de câncer1 e são diagnosticados com a doença em estágios mais avançados, quando as opções de tratamento são mais limitadas.
As estatísticas de câncer1 normalmente são divulgadas para os hispânicos como um todo, mas a comunidade hispânica é composta de subgrupos com padrões distintos da doença. Embora as diferenças não tenham sido abordadas no passado, os pesquisadores começaram recentemente a olhar algumas variações marcantes. Um estudo com adultos hispânicos da Flórida descobriu que a taxa de mortalidade3 do câncer1, após ajustes para a idade, em homens cubanos (327,5 por 100 mil) foi duas vezes maior que em homens mexicanos (163,4 por 100 mil).
Novos imigrantes para os EUA têm o risco de câncer1 semelhante ao de seu país de origem. Porém, ao longo do tempo, as novas gerações cada vez mais apresentam risco parecido com o dos americanos, por causa de aculturação, ou seja, mudanças de comportamento e de dieta mais consistentes com um estilo de vida americano. Por exemplo, a incidência4 de câncer1 colorretal (cólon5) entre os mexicanos que vivem na Flórida é mais do que o dobro dos mexicanos no México. As razões para este aumento são complexas e não totalmente esclarecidas, mas são, sem dúvida, relacionadas a diferenças ambientais nos EUA, como menor acesso a opções de alimentação saudável e menos oportunidades para a prática de atividades físicas. Dieta e exercício são, ambos, relacionados ao risco de câncer1 de cólon5.
Aculturação, ou assimilação, refere-se ao processo pelo qual os imigrantes adotam as atitudes, valores, costumes, crenças e comportamentos da sua nova cultura. Os efeitos da aculturação são complexos e podem estar associados com influências positivas e negativas sobre a saúde6.
Embora os hispânicos tenham um risco menor do que os brancos ou negros para os tipos mais comuns de câncer1 (pulmão7, mama8, próstata9 e cólon5), eles têm um maior risco de câncer1 relacionado a agentes infecciosos. Um destes é o câncer1 do colo do útero10, que é causado por uma infecção11 persistente pelo papiloma vírus12 humano (HPV). As taxas de incidência4 de câncer1 do colo do útero10 entre mulheres hispânicas são cerca de 60% maiores do que entre os brancos não-hispânicos. A vacina13 contra o HPV, a triagem eficaz com o Papanicolau14 e os exames de diagnóstico15 do HPV têm o potencial de acabar com o câncer1 de colo uterino16 nas gerações futuras. Infelizmente, a utilização desses recursos entre os hispânicos é menor do que entre os brancos não-hispânicos. Os avanços na prevenção do câncer1 não têm significado se não puderem ser aplicados em todos os grupos populacionais.
A incidência4 do câncer1 e a mortalidade3 na população estão diminuindo. O relatório Cancer1 Facts & Figures for Hispanics/Latinos continua educando e gerando conhecimento sobre o câncer1 em hispânicos. Isto colabora para a promoção de programas de prevenção do câncer1 dirigidos a grupos específicos dentro de suas comunidades latinas que não só aumentam o rastreamento do câncer1 e melhoram as taxas de vacinação, mas também promovem a queda do tabagismo e indicam escolhas alimentares mais saudáveis. De fato, a implementação de estratégias comprovadas de controle do câncer1 reduz o sofrimento e as mortes por câncer1 na comunidade hispânica.
Fonte: American Cancer1 Society
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