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O que há de novo em cardiologia: confira os principais avanços divulgados nos últimos meses

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O 2º semestre de 2025 tem sido marcado por diversas novidades e avanços na área da cardiologia, apresentados no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC Congress 2025) em Madrid, no Transcatheter Cardiovascular Therapeutics (TCT 2025) e publicados em importantes revistas científicas como The New England Journal of Medicine (NEJM), European Heart Journal, The Lancet e Nature. As publicações abordam desde novas terapias medicamentosas até estratégias de manejo pós-infarto do miocárdio1, nova declaração de consenso sobre doenças cardiovasculares2, abordagens para hipertensão3, entre outros temas. Confira os principais destaques!

Agonistas de GLP-1 na insuficiência cardíaca4

O ensaio clínico SUMMIT[1][2] traz novas perspectivas para o tratamento da insuficiência cardíaca4 com fração de ejeção preservada (ICFEp) associada à obesidade7. A tirzepatida, um agonista8 duplo dos receptores GLP-1 e GIP, demonstrou redução de 38% no risco relativo do desfecho primário composto de morte cardiovascular ou agravamento da insuficiência cardíaca4. Além dos benefícios cardiovasculares, o estudo mostrou redução no peso corporal aproximadamente 11 a 12% maior com a tirzepatida em comparação ao placebo9 e melhora significativa na qualidade de vida medida pelo Kansas City Cardiomyopathy Questionnaire (KCCQ).

Uma análise secundária do ensaio clínico[3] revelou que a tirzepatida reduziu a pressão arterial sistólica10 em 5 mmHg, diminuiu o volume circulatório estimado, reduziu a inflamação11 sistêmica e atenuou lesões12 cardiovasculares e renais em pacientes com ICFEp e obesidade7. Estes efeitos foram evidentes após apenas 4 semanas de tratamento e se mantiveram ao longo de 52 semanas.

Inibidores da miosina cardíaca na cardiomiopatia hipertrófica

Ensaios clínicos13 investigaram o papel dos inibidores da miosina cardíaca (mavacamteno e aficamten) na cardiomiopatia hipertrófica (CMH).

Em primeiro lugar, embora o mavacamteno tenha sido aprovado para tratar a CMH obstrutiva sintomática14, o estudo ODYSSEY-HCM[4], apresentado no ESC Congress 2025, mostrou que o mavacamteno não melhora o pico de consumo de oxigênio nem reduz os sintomas15 em pacientes com CMH não obstrutiva, em comparação com o placebo9. A pontuação no KCCQ melhorou 13,1 pontos com mavacamteno versus 10,4 pontos com placebo9, uma diferença de apenas 2,7 pontos (IC 95% -0,1 a -5,6; p = 0,06).

Uma análise secundária dos dados do estudo ODYSSEY-HCM, publicada no Journal of the American College of Cardiology[5], revelou que o mavacamteno foi associado a melhorias nos biomarcadores cardíacos e a uma remodelação cardíaca favorável em comparação com o placebo9; esses achados justificam uma investigação mais aprofundada sobre a eficácia do mavacamteno nessa coorte16 de pacientes.

Por outro lado, o aficamten demonstrou eficácia em pacientes com CMH obstrutiva em 2 estudos. No MAPLE-HCM[6] foi demonstrado que o aficamten é superior ao betabloqueador metoprolol no aumento do pico de consumo de oxigênio e na redução dos sintomas15. No SEQUOIA-HCM[7], pacientes com CMH obstrutiva e sintomas15 leves tratados com aficamten apresentaram melhora significativa em uma série de desfechos clinicamente relevantes, geralmente semelhante à de pacientes com sintomas15 mais avançados.

Olezarsen para hipertrigliceridemia

O ensaio ESSENCE-TIMI 73b, cujos resultados foram apresentados no ESC Congress 2025 e simultaneamente publicados no NEJM[8], investigou o olezarsen, um oligonucleotídeo antisense17 que tem como alvo a apolipoproteína C-III, em pacientes com hipertrigliceridemia moderada e alto risco cardiovascular ou com hipertrigliceridemia grave. O estudo demonstrou reduções substanciais nos níveis de triglicérides18: 58,4% com a dose de 50 mg e 60,6% com a dose de 80 mg aos 6 meses, comparado ao placebo9. Aos 12 meses, mais de 80% dos pacientes tratados com olezarsen alcançaram níveis normais de triglicérides18.

O olezarsen também reduziu significativamente os níveis de colesterol19 remanescente, colesterol19 não-HDL20 e apolipoproteína B, sem eventos adversos graves inesperados. A elevação transitória das transaminases hepáticas21 foi mais comum com olezarsen, mas aumentos clinicamente significativos foram raros e similares entre os grupos.

Leia sobre "Doenças cardiovasculares2", "Colesterol19 alto" e "Sete passos para um coração22 saudável".

Betabloqueadores após infarto do miocárdio1

A questão do uso de betabloqueadores após infarto do miocárdio1 (IM) em pacientes com função ventricular preservada ou levemente reduzida gerou resultados conflitantes em três grandes estudos apresentados no ESC Congress 2025.

O ensaio REBOOT[9], com 8.438 pacientes, não demonstrou evidência de benefício dos betabloqueadores em pacientes com IM com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ≥40% que receberam tratamento invasivo. O desfecho primário composto ocorreu em 316 pacientes (22,5 eventos por 1.000 pacientes-ano) no grupo de betabloqueador versus 307 pacientes (21,7 eventos por 1.000 pacientes-ano) no grupo controle (HR 1,04; IC 95% 0,89 a 1,22; p = 0,63).

Em contraste, o estudo combinado BETAMI-DANBLOCK[10], que randomizou 5.574 pacientes também com FEVE ≥40%, demonstrou uma redução de 15% no risco relativo do desfecho primário (um composto de morte por qualquer causa ou eventos cardiovasculares adversos graves) com betabloqueadores (HR 0,85; IC 95% 0,75 a 0,98; p = 0,03). A incidência23 de novo IM foi significativamente menor com betabloqueadores (5,0% versus 6,7%; HR 0,73; IC 95% 0,59 a 0,92).

Uma metanálise de dados individuais de quatro ensaios clínicos13 (REBOOT, BETAMI, DANBLOCK e CAPITAL-RCT)[11] focando especificamente em pacientes com FEVE levemente reduzida (40-49%) demonstrou redução de 25% no risco relativo do desfecho composto com betabloqueadores (HR 0,75; IC 95% 0,58-0,97; p = 0,031). Esta análise sugere que o benefício dos betabloqueadores pode ser preservado neste subgrupo específico de pacientes.

Manejo antitrombótico após implante5 de stent

O ensaio AQUATIC[12] trouxe recomendações importantes para manejo antitrombótico em pacientes com síndrome24 coronariana crônica estável que apresentam alto risco aterotrombótico após implante5 de stent e que requerem anticoagulação oral de longo prazo. Este estudo duplo-cego25, controlado por placebo9, demonstrou que a adição de aspirina à anticoagulação oral foi associada a piores desfechos.

Um evento de desfecho primário de eficácia ocorreu em 16,9% dos pacientes no grupo aspirina versus 12,1% no grupo placebo9 (HR ajustado 1,53; IC 95% 1,07 a 2,18; p = 0,02). A mortalidade26 por todas as causas também foi significativamente maior com aspirina (13,4% versus 8,4%; HR ajustado 1,72; IC 95% 1,14 a 2,58; p = 0,01). Hemorragia27 maior foi mais de três vezes maior no grupo aspirina (10,2% versus 3,4%; HR 3,35; IC 95%:1,87 a 6,00; p <0,001).

O estudo foi interrompido precocemente devido ao excesso de mortalidade26 no braço da aspirina. Os resultados levam à clara mensagem de que pacientes que colocaram stent há mais de 6 meses e recebem anticoagulação oral não devem receber aspirina, mesmo quando estão em alto risco aterotrombótico.

Declaração de Consenso ESC 2025 sobre saúde6 mental e doença cardiovascular

A Declaração de Consenso Clínico ESC 2025 sobre Saúde6 Mental e Doença Cardiovascular[13] representa uma mudança de paradigma ao reconhecer a relação bidirecional entre condições de saúde6 mental e doença cardiovascular (DCV). O documento recomenda, entre outros pontos:

  • Rastreamento sistemático: sintomas15 de saúde6 mental devem ser sistematicamente rastreados durante o cuidado cardiovascular, e o risco cardiovascular deve ser rotineiramente avaliado para aqueles em tratamento de condições de saúde6 mental.
  • Equipes psico-cardio: estabelecimento de equipes multidisciplinares que incluem profissionais de saúde6 mental, como psicólogos ou psiquiatras, trabalhando ao lado de profissionais de cuidado cardiovascular.
  • Abordagem integrada: o documento propõe uma mudança cultural para tratar a combinação mortal de condições de saúde6 mental e doença cardiovascular através de melhorias no cuidado ao paciente e abordagens integradas centradas no paciente.

A depressão em pacientes com DCV está associada a risco 2-4 vezes maior de eventos cardiovasculares subsequentes, e pessoas com doença mental grave têm risco aumentado de desenvolver arritmias28 supraventriculares e ventriculares.

Baxdrostato na hipertensão3 não controlada ou resistente

O ensaio BaxHTN[14] investigou o baxdrostat, um inibidor seletivo da aldosterona sintase, em pacientes com hipertensão3 não controlada ou resistente. O estudo de fase III demonstrou reduções clinicamente significativas na pressão arterial sistólica10 (PAS) sentada na 12ª semana: -5,8 mmHg com placebo9, -14,5 mmHg com baxdrostat 1 mg e -15,7 mmHg com baxdrostat 2 mg.

Análises exploratórias adicionais mostraram que o baxdrostat reduziu as concentrações séricas de aldosterona em cerca de 60% com a dose menor e 65% com a dose maior, e proporcionou reduções significativas na pressão arterial29 ambulatorial. A análise ambulatorial de 24 horas mostrou quedas corrigidas por placebo9 na PAS de 14,6 e 16,9 mmHg com as doses menor e maior, respectivamente.

Níveis de potássio superiores a 6,0 mmol/L30 foram observados em 0,4% dos pacientes no grupo placebo9, 2,3% daqueles no grupo de baxdrostat 1 mg e 3,0% daqueles no grupo de baxdrostat 2 mg, taxas “tranquilizadoramente baixas”. Não houve casos de insuficiência31 adrenocortical.

Dados de longo prazo do estudo DanGer Shock de pacientes com IAMCSST

Dados de acompanhamento de longo prazo do ensaio DanGer Shock[15] demonstraram que o uso rotineiro da bomba de fluxo microaxial Impella CP no tratamento de pacientes com infarto32 agudo33 do miocárdio34 com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) complicado por choque35 cardiogênico leva à redução absoluta da mortalidade26 em 16,3% aos 10 anos em comparação com o cuidado padrão. A mortalidade26 foi de 52,5% no grupo de Impella CP versus 68,8% no grupo de cuidado padrão (HR 0,70; IC 95% 0,54 a 0,92).

Este benefício de sobrevida36 é durável e aumenta ano a ano, representando um aumento em relação aos dados iniciais de 6 meses, que encontraram redução absoluta de mortalidade26 de 12,7% com o uso de Impella CP. O DanGer Shock é o primeiro ensaio clínico randomizado37 na história de ensaios de IAM com choque35 a atingir seu desfecho primário e o primeiro na história de ensaios de dispositivos de suporte circulatório mecânico a demonstrar benefício de sobrevida36 no choque35 cardiogênico devido a IAM.

Veja também sobre "Infarto do Miocárdio1", "Insuficiência cardíaca congestiva38" e "Sintomas15 da hipertensão arterial39".

 

Referências

[1] Tirzepatide for Heart Failure with Preserved Ejection Fraction and Obesity, disponível em The New England Journal of Medicine.

[2] A Study of Tirzepatide (LY3298176) in Participants With Heart Failure With Preserved Ejection Fraction (HFpEF) and Obesity - SUMMIT, disponível em American College of Cardiology.

[3] Effects of tirzepatide on circulatory overload and end-organ damage in heart failure with preserved ejection fraction and obesity: a secondary analysis of the SUMMIT trial, disponível em Nature Medicine.

[4] Mavacamten in Symptomatic Nonobstructive Hypertrophic Cardiomyopathy, disponível em The New England Journal of Medicine.

[5] Echocardiographic Changes With Mavacamten in Nonobstructive Hypertrophic Cardiomyopathy: Exploratory Insights From the ODYSSEY-HCM Trial, disponível em Journal of the American College of Cardiology.

[6] Aficamten or Metoprolol Monotherapy for Obstructive Hypertrophic Cardiomyopathy, disponível em The New England Journal of Medicine.

[7] Efficacy of aficamten in patients with obstructive hypertrophic cardiomyopathy and mild symptoms: results from the SEQUOIA-HCM trial, disponível em European Heart Journal.

[8] Targeting APOC3 with Olezarsen in Moderate Hypertriglyceridemia, disponível em The New England Journal of Medicine.

[9] Beta-Blockers after Myocardial Infarction without Reduced Ejection Fraction, disponível em The New England Journal of Medicine.

[10] Beta-Blockers after Myocardial Infarction in Patients without Heart Failure, disponível em The New England Journal of Medicine.

[11] β blockers after myocardial infarction with mildly reduced ejection fraction: an individual patient data meta-analysis of randomised controlled trials, disponível em The Lancet.

[12] Aspirin in Patients with Chronic Coronary Syndrome Receiving Oral Anticoagulation, disponível em The New England Journal of Medicine.

[13] 2025 ESC Clinical Consensus Statement on mental health and cardiovascular disease, disponível em European Heart Journal.

[14] Efficacy and Safety of Baxdrostat in Uncontrolled and Resistant Hypertension, disponível em The New England Journal of Medicine.

[15] Long-Term Outcomes of the DanGer Shock Trial, disponível em The New England Journal of Medicine.

 

NEWS.MED.BR, 2025. O que há de novo em cardiologia: confira os principais avanços divulgados nos últimos meses. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/saude/1497200/o-que-ha-de-novo-em-cardiologia-confira-os-principais-avancos-divulgados-nos-ultimos-meses.htm>. Acesso em: 14 nov. 2025.

Complementos

1 Infarto do miocárdio: Interrupção do suprimento sangüíneo para o coração por estreitamento dos vasos ou bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque cardíaco.
2 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).
3 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
4 Insuficiência Cardíaca: É uma condição na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e de nutrientes do organismo. Refere-se à diminuição da capacidade do coração suportar a carga de trabalho.
5 Implante: 1. Em cirurgia e odontologia é o material retirado do próprio indivíduo, de outrem ou artificialmente elaborado que é inserido ou enxertado em uma estrutura orgânica, de modo a fazer parte integrante dela. 2. Na medicina, é qualquer material natural ou artificial inserido ou enxertado no organismo. 3. Em patologia, é uma célula ou fragmento de tecido, especialmente de tumores, que migra para outro local do organismo, com subsequente crescimento.
6 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
7 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
8 Agonista: 1. Em farmacologia, agonista refere-se às ações ou aos estímulos provocados por uma resposta, referente ao aumento (ativação) ou diminuição (inibição) da atividade celular. Sendo uma droga receptiva. 2. Lutador. Na Grécia antiga, pessoa que se dedicava à ginástica para fortalecer o físico ou como preparação para o serviço militar.
9 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
10 Pressão arterial sistólica: É a pressão mais elevada (pico) verificada nas artérias durante a fase de sístole do ciclo cardíaco, é também chamada de pressão máxima.
11 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
12 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
13 Ensaios clínicos: Há três fases diferentes em um ensaio clínico. A Fase 1 é o primeiro teste de um tratamento em seres humanos para determinar se ele é seguro. A Fase 2 concentra-se em saber se um tratamento é eficaz. E a Fase 3 é o teste final antes da aprovação para determinar se o tratamento tem vantagens sobre os tratamentos padrões disponíveis.
14 Sintomática: 1. Relativo a ou que constitui sintoma. 2. Que é efeito de alguma doença. 3. Por extensão de sentido, é o que indica um particular estado de coisas, de espírito; revelador, significativo.
15 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
16 Coorte: Grupo de indivíduos que têm algo em comum ao serem reunidos e que são observados por um determinado período de tempo para que se possa avaliar o que ocorre com eles. É importante que todos os indivíduos sejam observados por todo o período de seguimento, já que informações de uma coorte incompleta podem distorcer o verdadeiro estado das coisas. Por outro lado, o período de tempo em que os indivíduos serão observados deve ser significativo na história natural da doença em questão, para que haja tempo suficiente do risco se manifestar.
17 Antisense: Antisense refere-se a sequências curtas de DNA e RNA denominadas oligonucleotídeos, os quais são projetados para serem complementos de uma sequência genética específica. Ao ligarem-se à sequência genética, vão alterar a expressão do gene à qual pertence esta sequência.
18 Triglicérides: A principal maneira de armazenar os lipídeos no tecido adiposo é sob a forma de triglicérides. São também os tipos de lipídeos mais abundantes na alimentação. Podem ser definidos como compostos formados pela união de três ácidos graxos com glicerol. Os triglicérides sólidos em temperatura ambiente são conhecidos como gorduras, enquanto os líquidos são os óleos. As gorduras geralmente possuem uma alta proporção de ácidos graxos saturados de cadeia longa, já os óleos normalmente contêm mais ácidos graxos insaturados de cadeia curta.
19 Colesterol: Tipo de gordura produzida pelo fígado e encontrada no sangue, músculos, fígado e outros tecidos. O colesterol é usado pelo corpo para a produção de hormônios esteróides (testosterona, estrógeno, cortisol e progesterona). O excesso de colesterol pode causar depósito de gordura nos vasos sangüíneos. Seus componentes são: HDL-Colesterol: tem efeito protetor para as artérias, é considerado o bom colesterol. LDL-Colesterol: relacionado às doenças cardiovasculares, é o mau colesterol. VLDL-Colesterol: representa os triglicérides (um quinto destes).
20 HDL: Abreviatura utilizada para denominar um tipo de proteína encarregada de transportar o colesterol sanguíneo, que se relaciona com menor risco cardiovascular. Também é conhecido como “Bom Colesterolâ€. Seus valores normais são de 35-50mg/dl.
21 Hepáticas: Relativas a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
22 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
23 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
24 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
25 Estudo duplo-cego: Denominamos um estudo clínico “duplo cego†quando tanto voluntários quanto pesquisadores desconhecem a qual grupo de tratamento do estudo os voluntários foram designados. Denominamos um estudo clínico de “simples cego†quando apenas os voluntários desconhecem o grupo ao qual pertencem no estudo.
26 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.
27 Hemorragia: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
28 Arritmias: Arritmia cardíaca é o nome dado a diversas perturbações que alteram a frequência ou o ritmo dos batimentos cardíacos.
29 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
30 Mmol/L: Milimols por litro, unidade de medida que mostra a concentração de uma substância em uma quantidade específica de fluido.
31 Insuficiência: Incapacidade de um órgão ou sistema para realizar adequadamente suas funções.Manifesta-se de diferentes formas segundo o órgão comprometido. Exemplos: insuficiência renal, hepática, cardíaca, respiratória.
32 Infarto: Morte de um tecido por irrigação sangüínea insuficiente. O exemplo mais conhecido é o infarto do miocárdio, no qual se produz a obstrução das artérias coronárias com conseqüente lesão irreversível do músculo cardíaco.
33 Agudo: Descreve algo que acontece repentinamente e por curto período de tempo. O oposto de crônico.
34 Miocárdio: Tecido muscular do CORAÇÃO. Composto de células musculares estriadas e involuntárias (MIÓCITOS CARDÍACOS) conectadas, que formam a bomba contrátil geradora do fluxo sangüíneo. Sinônimos: Músculo Cardíaco; Músculo do Coração
35 Choque: 1. Estado de insuficiência circulatória a nível celular, produzido por hemorragias graves, sepse, reações alérgicas graves, etc. Pode ocasionar lesão celular irreversível se a hipóxia persistir por tempo suficiente. 2. Encontro violento, com impacto ou abalo brusco, entre dois corpos. Colisão ou concussão. 3. Perturbação brusca no equilíbrio mental ou emocional. Abalo psíquico devido a uma causa externa.
36 Sobrevida: Prolongamento da vida além de certo limite; prolongamento da existência além da morte, vida futura.
37 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
38 Insuficiência Cardíaca Congestiva: É uma incapacidade do coração para efetuar as suas funções de forma adequada como conseqüência de enfermidades do próprio coração ou de outros órgãos. O músculo cardíaco vai diminuindo sua força para bombear o sangue para todo o organismo.
39 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.

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