Um padrão irregular de alimentação pode colaborar para fatores de risco cardiometabólicos
O estudo dos padrões de refeição está em sintonia com as últimas pesquisas, tanto em relação ao que as pessoas comem, como a quando elas comem. A chamada crononutrição envolve estudar o impacto da nutrição1 sobre o metabolismo2 através de padrões circadianos, incluindo três aspectos do tempo: regularidade ou irregularidade, frequência das refeições e horários da alimentação.
O presente trabalho foi publicado online pelo periódico Proceedings of the Nutrition Society e teve como objetivo revisar pesquisas sobre padrões irregulares de refeições e suas consequências cardiometabólicas. Foram identificados apenas alguns estudos transversais e estudos prospectivos de coorte3, sendo que a maioria deles sugeriu que comer refeições de forma irregular está associado a um maior risco de síndrome metabólica4 e fatores de risco cardiometabólicos, incluindo índice de massa corporal5 (IMC6) e pressão arterial7. Isto foi apoiado por dois estudos de intervenção, randomizados e controlados, mostrando que o consumo de refeições regulares por duas semanas versus um padrão irregular, levou a um impacto benéfico sobre fatores de risco cardiometabólicos com menores picos de insulina8 e colesterol9 total e LDL10-colesterol9 mais baixos em jejum, tanto em mulheres magras como em obesas.
Em conclusão, as evidências limitadas sobre a regularidade das refeições e suas consequências cardiometabólicas suportam a hipótese de que um padrão irregular de consumo das refeições está negativamente associado a risco cardiometabólico. No entanto, os pesquisadores destacam a necessidade de mais estudos em grande escala, incluindo a avaliação dietética detalhada para avançar ainda mais na compreensão sobre o impacto da crononutrição em termos de saúde11 pública.
Fonte: Proceedings of the Nutrition Society, publicação online, de 22 de junho de 2016