Paracetamol foi o tratamento menos eficaz para a osteoartrite do joelho: revisão sistemática e meta-análise publicada pelo Annals of Internal Medicine
Com o objetivo de avaliar a eficácia dos tratamentos de osteoartrite1 primária do joelho (OA), usando um design de meta-análise de rede, que estima os efeitos relativos de todos os tratamentos disponíveis, comparando-os, foi realizado um estudo de revisão usando dados do MEDLINE, EMBASE, Web of Science, Google Scholar, Cochrane Central Register of Controlled Trials desde o início até 15 de agosto de 2014, e dados não publicados.
A seleção de pesquisas incluiu ensaios clínicos2 randomizados, de adultos com OA do joelho, comparando dois ou mais dos seguintes medicamentos: acetaminofeno, diclofenaco, ibuprofeno, naproxeno, celecoxibe, corticosteroides intra-articulares (IA), ácido hialurônico IA, placebo3 oral e placebo3 intra-articular (IA).
Diferenças médias padronizadas foram calculadas para a dor, função e rigidez articular em três meses de acompanhamento. Foram identificados 137 estudos com 33.243 participantes. Para a dor, todas as intervenções superaram significativamente o uso de placebo3 oral, com tamanhos de efeito de 0,63 (95% de intervalo de credibilidade [CrI], 0,39-0,88) para o tratamento mais eficaz (ácido hialurônico) a 0,18 (CrI, 0,04-0,33) para o tratamento menos eficaz (acetaminofeno). Para a função, todas as intervenções, exceto o uso de corticosteroides IA, foram significativamente superiores ao uso de placebo3 oral. Para a rigidez, a maioria dos tratamentos não diferiu significativamente entre si.
Este estudo de revisão permitiu a comparação da eficácia dos tratamentos mais comuns de OA do joelho. Os tratamentos intra-articulares mostraram-se superiores aos medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides, provavelmente devido ao efeito placebo3 integrado da aplicação IA. Foram observadas pequenas, mas robustas diferenças entre os tratamentos. Todos os tratamentos, exceto o paracetamol, apresentaram melhora clinicamente significativa da dor. Esta informação, juntamente com os perfis de segurança e os custos relativos aos tratamentos, é útil nas decisões de atendimento individualizado ao paciente.
Fonte: Annals of Internal Medicine, volume 162, número 1, de 6 de janeiro de 2015