Bloqueadores dos receptores da angiotensina podem ajudar a reduzir a incidência e a progressão da doença de Alzheimer e da demência, de acordo com publicação do BMJ
De acordo com estudo publicado no British Medical Journal (BMJ), realizado por pesquisadores da Boston University, medicamentos anti-hipertensivos conhecidos como bloqueadores dos receptores da angiotensina estão associados à redução significativa na incidência1 e na progressão da doença de Alzheimer2 e demência3, comparados aos inibidores da enzima4 de conversão da angiotensina (IECAs) e a outras drogas cardiovasculares em uma população predominantemente masculina.
O objetivo da pesquisa foi investigar se os bloqueadores dos receptores da angiotensina protegem contra a doença de Alzheimer2 e demência3, ou se reduzem a progressão para ambas as patologias. Foi feita uma análise prospectiva de uma coorte5 com uma população de 819.419 indivíduos, predominando homens (98%), com idade igual ou superior a 65 anos e com doença cardiovascular.
Os pesquisadores compararam grupos de pacientes usando:
- Grupo 1: bloqueadores do receptor da angiotensina (candesartan, irbesartan, losartan e valsartan).
- Grupo 2: IECA (lisinopril).
- Grupo 3: outras medicações para tratar hipertensão arterial6 ou doenças cardíacas, exceto estatinas.
Não havia diferenças na média da pressão arterial7 entre os três grupos.
O primeiro grupo apresentou uma redução de 19% no risco de desenvolver demência3 comparado àqueles recebendo lisinopril e de 24% comparados ao terceiro grupo. Os pacientes em uso de IECA associado a bloqueadores do receptor de angiotensina (ambas as medicações agem no sistema da angiotensina) apresentaram uma redução de 46% do risco de desenvolver demência3, comparados aos que usavam outras medicações.
Os resultados mostram que os bloqueadores dos receptores de angiotensina estão significativamente associados à redução da incidência1 e progressão da doença de Alzheimer2 e demência3, comparados com os IECAs ou com outros medicamentos cardiovasculares nesta população.
Fonte consultada:
BMJ de 12 de janeiro de 2010