Proporção estimada de problemas de saúde em adultos atribuíveis a experiências adversas na infância e implicações para a prevenção
Experiências adversas na infância, como vitimização da violência, uso indevido de substâncias no domicílio ou testemunho de violência por parceiro íntimo, são comuns e estão associadas a muitos problemas de saúde1 e de vida na fase adulta, sendo associadas às principais causas de morbimortalidade de adultos.
Portanto, reduzir as experiências adversas na infância é fundamental para evitar múltiplos resultados negativos de saúde1 e socioeconômicos na idade adulta.
Nesse relatório publicado pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) do Estados Unidos, os dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco Comportamentais foram coletados em 25 estados que incluíram itens de experiências adversas na infância durante o período de 2015 a 2017.
Os resultados foram autorrelatados para doença cardíaca coronariana, acidente vascular cerebral2, asma3, doença pulmonar obstrutiva crônica, câncer4 (excluindo câncer4 de pele5), doença renal6, diabetes7, depressão, sobrepeso8 ou obesidade9, tabagismo atual, consumo excessivo de álcool, escolaridade menor do que o ensino médio, desemprego e falta de plano de saúde1.
O modelo de regressão logística ajustado para faixa etária, raça/etnia e sexo foi usado para calcular frações atribuíveis à população, representando a possível redução nos resultados associados à prevenção de experiências adversas na infância.
Quase um em cada seis adultos da população estudada (15,6%) relatou quatro ou mais tipos de experiências adversas na infância. Experiências adversas na infância foram significativamente associadas a piores resultados de saúde1, comportamentos de risco à saúde1 e desafios socioeconômicos.
As possíveis reduções percentuais no número de casos observados, conforme indicado pelas frações atribuíveis à população, variaram de 1,7% para sobrepeso8 ou obesidade9 a 23,9% para beber muito, 27,0% para doença pulmonar obstrutiva crônica e 44,1% para depressão.
Concluiu-se que os esforços que impedem experiências adversas na infância também podem potencialmente prevenir condições crônicas em adultos, depressão, comportamentos de risco à saúde1 e resultados socioeconômicos negativos. Os estados podem usar abordagens abrangentes de saúde1 pública derivadas das melhores evidências disponíveis para criar relacionamentos e ambientes seguros, estáveis e estimulantes e evitar as adversidades da infância antes de começarem.
Criando as condições para comunidades saudáveis e concentrando-se na prevenção primária, é possível reduzir o risco de experiências adversas na infância e, ao mesmo tempo, mitigar10 as consequências para aqueles que já são afetados por essas experiências.
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Fonte: Centers for Disease Control and Prevention, publicação em 8 de novembro de 2019.