The Lancet: mudança no risco de infecção por malária na África, uma análise espacial e temporal da intensidade de transmissão
Há mais de uma década, a parceria Roll Back Malaria Partnership foi lançada e desde então tem havido um investimento sem precedentes no controle da malária. A presente análise, publicada pelo The Lancet, examinou a mudança na intensidade de transmissão da malária durante o período de 2000 a 2010 na África.
Os pesquisadores levantaram as informações e geocodificaram bancos de dados de taxa padronizada do parasita1 Plasmodium falciparum na faixa etária de 2 a 10 anos (PfPR2-10) em 49 países e territórios endêmicos da África a partir de pesquisas realizadas desde 1980. Os dados foram usados em interpretações estatísticas e mapas de distribuição da população para calcular as populações em risco.
Entre 2000 e 2010, a população que vivia em áreas hiperendêmicas (PfPR2-10 >50% até 75%) ou holoendêmicas (PfPR2-10 >75%) diminuiu de 218,6 milhões (34,4%) de um total de 635,7 milhões para 183,5 milhões (22,5%) de um total de 815,7 milhões em todos os 44 países com paludismo endêmico incluídos no estudo. Cerca de 280,1 milhões (34,3%) de pessoas viviam em áreas de transmissão mesoendêmica (PfPR2-10 >10% até 50%) em 2010, em comparação com 178,6 milhões (28,1%) em 2000. A população em áreas de transmissão instável ou muito baixa (PfPR2-10 <5%) aumentou de 131,7 milhões de pessoas (20,7%) em 2000 para 219,0 milhões (26,8%) em 2010. Estima-se que 217,6 milhões de pessoas, ou 26,7% da população de 2010, viviam em áreas onde a transmissão tinha reduzido em pelo menos um PfPR2-10 na classe de endemicidade. Quarenta países mostraram uma redução na média nacional da PfPR2-10. Apenas dez países contribuíram com 87,1% da população vivendo em área de transmissão hiperendêmica ou holoendêmica em 2010.
Reduções substanciais na transmissão da malária foram alcançadas em países endêmicos da África durante o período de 2000 a 2010. No entanto, 57% da população, em 2010, continuava a viver em áreas onde a transmissão permanece moderada a intensa e o apoio global para sustentar e acelerar a redução da transmissão desta doença deve permanecer como uma prioridade.
Fonte: The Lancet, publicação online de 20 de fevereiro de 2014