Metilfenidato: FDA alerta sobre risco raro de ereções duradouras e dolorosas em homens que fazem uso deste medicamento
Comunicado da Food and Drug Administration (FDA), dos EUA, alerta sobre os produtos com metilfenidato, um tipo de estimulante usado para tratar o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), e que pode em casos raros causar ereções prolongadas e por vezes dolorosas conhecidas como priapismo1. A FDA continua a monitorar a segurança dos medicamentos após a sua aprovação, e, com base em uma revisão recente de produtos com metilfenidato, autorizou a atualização das bulas dos medicamentos para incluir informações sobre o risco raro, mas grave, de priapismo1. Pacientes que tomam metilfenidato e desenvolvem ereções que duram mais de quatro horas devem procurar tratamento médico imediato para evitar problemas penianos de longo prazo. Se não for tratado de imediato, o priapismo1 pode levar a danos permanentes no pênis2.
O priapismo1 pode ocorrer em homens de qualquer idade e acontece quando o sangue3 fica preso no pênis2, levando a uma ereção4 anormalmente longa e por vezes dolorosa. Homens mais jovens, especialmente aqueles que ainda não atingiram a puberdade, podem não reconhecer o problema ou podem ficar constrangidos a dizer para ninguém o que está ocorrendo. Todos os homens devem conhecer o priapismo1 e a importância de procurar tratamento médico imediato caso ele ocorra.
O metilfenidato está entre os medicamentos que podem ser usados para tratar o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Um dos distúrbios cerebrais mais comuns da infância, o TDAH pode continuar até a adolescência e a idade adulta e provocar sintomas5 como dificuldade para se manter focado e prestando atenção, dificuldade em controlar o próprio comportamento e hiperatividade. Medicamentos como o metilfenidato são usados para tratar pacientes com o transtorno, aumentando o foco, reduzindo a impulsividade e melhorando o funcionamento social em geral. Os pacientes só devem fazer uso desta medicação quando prescrita por seu médico e não devem suspender a medicação por conta própria.
Em uma revisão da FDA, a idade média dos pacientes que usam metilfenidato e que apresentaram priapismo1 foi de 12,5 anos (faixa de 8 a 33 anos). Os pacientes apresentaram priapismo1 principalmente:
- Após um aumento da dose de metilfenidato.
- Durante períodos curtos de tempo em que a droga foi temporariamente suspensa.
- Quando houve um intervalo mais longo do que o normal entre as doses.
- Após a interrupção da droga de forma permanente.
Dois pacientes necessitaram de intervenção cirúrgica, um precisou colocar um shunt6 e outro teve que fazer uma aspiração com agulha no corpo cavernoso do pênis2.
O risco de priapismo1 pode levar alguns profissionais de saúde7 a considerar uma transição de uso do metilfenidato para a atomoxetina, outra medicação usada para tratar o TDAH, no entanto, a atomoxetina também tem sido associada ao priapismo1 em crianças, adolescentes e adultos, sendo que o priapismo1 parece ser mais comum em doentes que tomam atomoxetina do que em pacientes que tomam metilfenidato. Os profissionais de saúde7 devem ser cautelosos ao considerar esta mudança.
Produtos com anfetaminas também são usados para tratar o TDAH, mas a FDA já recebeu relatos de priapismo1 em quatro pacientes que tomam produtos com anfetamina. No entanto, se os produtos com anfetamina causam o priapismo1 ainda é incerto, porque todos estes pacientes tinham usado outros medicamentos que podem causar priapismo1. Portanto, não podemos concluir que o uso de produtos com anfetamina pode resultar em priapismo1.