Uso de medicamentos estimulantes por jovens com TDAH atrapalha o sono?
Para determinar o efeito de medicamentos estimulantes sobre o sono de jovens com diagnóstico1 de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) foi realizada uma meta-análise com estudos publicados no CINAHL, PsycINFO e PubMed até março de 2015. As referências dos artigos recuperados foram revisadas.
Os critérios de elegibilidade incluíram estudos com crianças/adolescentes com déficit de atenção/hiperatividade (TDAH), atribuição aleatória de estimulantes e medidas objetivas do sono. Estudos que não incluíam informações sobre as principais variáveis foram excluídos.
Após análises estatísticas, os resultados mostraram que um total de nove artigos (n=246) foi incluído. Para a latência2 do sono, o tamanho do efeito ajustado (0,54) foi significativo, indicando que os estimulantes produzem latências mais longas para o início do sono. A frequência da dose diária é um moderador significativo. Para a eficiência do sono, o tamanho do efeito ajustado (-0,32) foi significativo. Moderadores significativos incluíam período de tempo em uso da medicação, o número de noites de sono avaliadas, a polissonografia3/actigrafia4 e gênero. Especificamente, o efeito da medicação foi menos evidente quando os jovens estavam em uso da medicação por mais tempo. Para o tempo total de sono, o tamanho do efeito (-0,59) foi significativo, de modo que os estimulantes levaram à duração mais curta do sono.
Concluiu-se que a medicação estimulante levou à maior latência2 (levar mais tempo para conseguir dormir), pior eficiência e duração mais curta do sono. No geral, os jovens tiveram pior sono com o uso de medicamentos estimulantes. Recomenda-se que os pediatras acompanhem atentamente os problemas do sono nesses pacientes e ajustem o tratamento para promover um sono ideal para crianças e adolescentes. Uma alternativa é suspender a terceira dose do dia, sempre que possível.
O transtorno do déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurocomportamental comum que ocorre em aproximadamente 7% das crianças e adolescentes e o uso de medicação estimulante é o tratamento mais comum desta condição. Estimativas recentes indicam que cerca de 3,5 milhões de crianças nos Estados Unidos usam este tipo de medicamento.
Fonte: Pediatrics, novembro de 2015