Canagliflozina pode melhorar os resultados renais no diabetes tipo 2
A diabetes mellitus1 tipo 2 é a principal causa de insuficiência renal2 em todo o mundo, mas poucos tratamentos efetivos a longo prazo estão disponíveis. Em ensaios cardiovasculares com inibidores do cotransportador sódio-glicose3 2 (SGLT2), os resultados exploratórios sugeriram que tais drogas podem melhorar os resultados renais em pacientes com diabetes tipo 24.
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Neste estudo duplo-cego5, randomizado6, publicado pelo The New England Journal of Medicine (NEJM) foram designados pacientes com diabetes tipo 24 e doença renal7 crônica albuminúrica para receberem canagliflozina, um inibidor oral de SGLT2, na dose de 100 mg ao dia ou placebo8. Todos os pacientes tinham uma taxa de filtração glomerular (TFG) estimada de 30 a <90 ml por minuto por 1,73 m² de área corporal e albuminúria9 (relação albumina10 [mg] para creatinina11 [g], >300 a 5000 mg/g) e estavam sendo tratados com bloqueadores do sistema renina-angiotensina.
O desfecho primário foi um composto de doença renal7 em estágio terminal (diálise12, transplante ou uma TFG estimada sustentada de <15 ml por minuto por 1,73 m²), uma duplicação do nível de creatinina11 sérica ou morte por causas renais ou cardiovasculares. Os desfechos secundários pré-especificados foram testados hierarquicamente.
O estudo foi interrompido precocemente após uma análise interina planejada sobre a recomendação do comitê de monitoramento de dados e segurança. Naquela época, 4.401 pacientes haviam sido randomizados, com mediana de seguimento de 2,62 anos. O risco relativo do desfecho primário foi 30% menor no grupo canagliflozina do que no grupo placebo8, com taxas de eventos de 43,2 e 61,2 por 1000 pacientes-ano, respectivamente (razão de risco, 0,70; intervalo de confiança [IC] 95% 0,59 a 0,82, P = 0,00001).
O risco relativo do composto renal7 específico de doença renal7 em estágio terminal, o dobro do nível de creatinina11 ou morte por causas renais foi menor em 34% (hazard ratio, 0,66; IC 95% 0,53 a 0,81; P<0,001) e o risco relativo de doença renal7 em estágio terminal foi menor em 32% (hazard ratio 0,68; IC 95% 0,54 a 0,86; P = 0,002).
O grupo da canagliflozina também apresentou menor risco de morte cardiovascular, infarto do miocárdio13 ou acidente vascular cerebral14 (hazard ratio 0,80; IC 95%, 0,67 a 0,95; P = 0,01) e menos hospitalização por insuficiência cardíaca15 (hazard ratio 0,61; IC 95% 0,47 a 0,80; P <0,001). Não houve diferenças significativas nas taxas de amputação16 ou fratura17.
Em pacientes com diabetes18 tipo 2 e doença renal7, o risco de insuficiência renal2 e eventos cardiovasculares foi menor no grupo canagliflozina do que no grupo placebo8 em um acompanhamento médio de 2,62 anos. Este estudo foi financiado pela Janssen Research and Development.
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Fonte: The New England Journal of Medicine, em 14 de abril de 2019.