Incidência de adenocarcinoma em pacientes com esôfago de Barrett sem displasia: estudo publicado pelo NEJM questiona a vigilância realizada em pacientes com este diagnóstico
Pesquisa publicada pelo New England Journal of Medicine (NEJM) avaliou a incidência1 de adenocarcinoma2 de esôfago3 e alto grau de displasia4 entre os pacientes com esôfago3 de Barrett.
Estudo de coorte5 envolvendo pacientes com esôfago3 de Barrett, na Dinamarca, durante o período de 1992 a 2009, utilizando dados do Registro de Patologia6 da Dinamarca (Danish Pathology Registry) e do Registro de Câncer7 dinamarquês (Danish Cancer7 Registry), foi realizado com o objetivo de estudar as taxas de incidência1 (número de casos por 1000 pessoas/ano) de adenocarcinoma2 e displasia4 de alto grau em pacientes com esôfago3 de Barrett.
Foram identificados 11.028 pacientes com esôfago3 de Barrett e analisados os dados por uma média de 5,2 anos. No primeiro ano após a endoscopia8 índice, 131 novos casos de adenocarcinoma2 foram diagnosticados. Durante os anos seguintes, 66 adenocarcinomas novos foram detectados, produzindo uma taxa de incidência1 de adenocarcinoma2 de 1,2 casos por 1000 pessoas/ano. Em comparação com o risco na população em geral, o risco relativo de adenocarcinoma2 em pacientes com esôfago3 de Barrett foi de 11,3 (IC 95%, 8,8-14,4). O risco anual de adenocarcinoma2 de esôfago3 foi de 0,12% (95% CI, 0,09-0,15). A detecção de displasia4 de baixo grau na endoscopia8 índice foi associada a uma taxa de incidência1 de adenocarcinoma2 de 5,1 casos por 1000 pessoas/ano. Em contraste, a taxa de incidência1 entre os pacientes sem displasia4 foi de 1,0 caso por 1.000 pessoas/ano. Estimativas de risco para pacientes9 com alto grau de displasia4 foram ligeiramente superiores.
Concluiu-se que o esôfago3 de Barrett é um forte fator de risco10 para o desenvolvimento de adenocarcinoma2 de esôfago3, mas o risco absoluto anual (0,12%) é muito menor do que o risco atualmente assumido de 0,5%, o qual é tido como base para as diretrizes de vigilância atuais. Os dados do estudo questionam a vigilância realizada em pacientes que têm esôfago3 de Barrett sem displasia4.
Fonte: New England Journal of medicine, de 13 de outubro de 2011