Maior ingestão de fibra alimentar pode melhorar função pulmonar, pesquisa publicada pelo Annals ATS
Várias pesquisas apoiam a ideia de que há um efeito protetor de uma dieta rica em fibras em alguns estados de doença. No entanto, pouco se sabe sobre sua relação com a saúde1 do pulmão2. Os dados do National Health and Nutrition Examination Surveys (NHANES) contêm medidas de espirometria3 e informações sobre ingestão alimentar, permitindo a avaliação desta relação.
Para determinar a associação entre a ingestão de fibras e as medidas de função pulmonar em uma amostra representativa de adultos dos EUA, foram analisados dados de 1.921 adultos, com informações disponíveis sobre medidas de espirometria3 e ingestão de fibras no NHANES. Os desfechos primários de função pulmonar medidos foram volume expiratório forçado no primeiro segundo4 (VEF1), capacidade vital forçada5 (CVF) e percentagem prevista para VEF1 e CVF. Também foi realizada uma análise categórica da ingestão de fibras e da restrição e obstrução ao fluxo de ar baseado nas classificações do GOLD and Spirometry Grade (SG). Modelos de regressão multivariada foram usados para avaliar a associação das medidas de função pulmonar com a ingestão de fibra alimentar após ajustes para fatores de confusão relevantes.
Os indivíduos no quartil de maior ingestão de fibra tiveram médias de medições de VEF1 e CVF maiores que as dos indivíduos do quartil mais baixo de ingestão (p=0,05 e 0,01; respectivamente), e a média de percentagem prevista para VEF1 e CVF com valores de 2,4 e 2,8 pontos percentuais mais elevados (p=0,07 e 0,02; respectivamente). Na análise categórica, a ingestão de fibra mais elevada foi associada a uma maior percentagem de pessoas com função pulmonar normal (p=0,001) e um declínio significativo na proporção de participantes com restrição de fluxo de ar (p=0,001).
Concluiu-se que a baixa ingestão de fibras está associada a medidas reduzidas da função pulmonar. Uma dieta rica em alimentos contendo fibras pode desempenhar um papel importante na melhoria da saúde1 do pulmão2.
Fonte: Annals of the American Thoracic Society (Annals ATS), publicação online, de 19 de janeiro de 2016