Papel da inflamação, dos antibióticos e da dieta no microbioma intestinal de crianças com Doença de Crohn
Inflamação1, uso de antibióticos e dieta afetam de forma independente o microbioma2 na Doença de Crohn3, de acordo com trabalho publicado pelo periódico Cell Host & Microbe.
O desequilíbrio da flora intestinal bacteriana - disbiose intestinal4 - é característica da Doença de Crohn3. Os tratamentos da doença incluem mudanças na dieta e anticorpos5 imunossupressores anti-TNF, bem como antibioticoterapia acessória. No entanto, seus efeitos sobre a composição do microbioma2 são indeterminados.
Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, usando sequenciamento metagenômico por shotgun6, analisaram amostras fecais de uma coorte7 pediátrica prospectiva de pacientes com Doença de Crohn3 iniciando o tratamento com anticorpos5 anti-TNF ou nutrição8 enteral, revelando o complemento total e dinâmico de bactérias, fungos, arqueobactérias9 e vírus10 durante o tratamento.
A adesão bacteriana foi independentemente associada à inflamação1 intestinal, uso de antibióticos e terapia. A exposição a antibióticos foi associada ao aumento da disbiose11, enquanto a disbiose11 diminuiu com a redução da inflamação1 intestinal. As proporções fúngicas12 aumentam com a doença e o uso de antibióticos. A terapia dietética tem efeitos independentes e rápidos na composição do microbioma2, efeitos estes distintos de outras mudanças induzidas pelos estressores13, e efetivamente reduz a inflamação1. Estes resultados revelam que a disbiose11 resulta de efeitos independentes da inflamação1, dieta e de uso de antibióticos e lançam uma esperança para tratamentos futuros da Doença de Crohn3.
Fonte: Cell Host & Microbe, volume 18, número 4, de 14 de outubro de 2015