Alterações do sono, depressão, obesidade e sedentarismo podem explicar parcela significativa da fadiga na artrite reumatoide
Em artigo divulgado pelo periódico Arthritis Care and Research, realizado por Patricia Katz e colaboradores da Universidade da Califórnia, observou-se que a fadiga1 é uma grande preocupação para os indivíduos com artrite reumatoide2 (AR) e que fatores como distúrbios do sono, depressão, obesidade3 e sedentarismo4 podem contribuir muito para o aparecimento deste sintoma5.
A coorte6 estudada incluiu 158 pacientes que tiveram seus dados coletados durante uma única visita domiciliar. Todos os participantes tinham o diagnóstico7 médico de artrite reumatoide2 (AR). As avaliações foram feitas de acordo com o autorrelato de sono, depressão, atividade física, atividade da AR (dor), força muscular, limitações funcionais e composição corporal. Foram coletadas informações sobre demografia, medicamentos e tabagismo. O índice conhecido como The Fatigue Severity Index (FSI; média de fadiga1 nos últimos sete dias) foi usado como resultado primário.
A idade média foi de 59 anos e a média de duração da doença foi de 21 (±13) anos, sendo 85% dos participantes do sexo feminino. A média de classificação do FSI foi de 3,8.
Cerca de metade dos pacientes relataram qualidade do sono moderada, aproximadamente um quarto relatou sono de má qualidade. Além disso, pouco mais de 40% tinham pelo menos níveis moderados de sintomas8 depressivos, enquanto mais de 50% eram obesos usando o índice de massa corporal9 (IMC10) para avaliação. Mais da metade era fisicamente inativa.
Na análise multivariada, a atividade da doença, a falta de sono, a depressão e a obesidade3 autorreferidas foram independentemente associadas à fadiga1. As análises de mediação indicaram que a atividade física teve uma associação indireta com a fadiga1, mediada pela falta de sono, depressão e obesidade3.
Este estudo transversal sugere que a fadiga1 pode não ser apenas um resultado da artrite reumatoide2 em atividade, mas pode resultar de uma constelação de fatores, incluindo a atividade da doença ou dor e também da inatividade física, da depressão, da obesidade3 e da falta de sono. Os resultados sugerem novos caminhos para intervenções para melhorar a fadiga1 em indivíduos com AR, como o aumento da atividade física, o tratamento da depressão ou da obesidade3.
Fonte: Arthritis Care and Research, volume 67, número 3, de março de 2015