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Levodopa no tratamento inicial da doença de Parkinson: um amplo estudo randomizado publicado pelo The Lancet

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Trabalho, publicado pelo The Lancet, avalia se o tratamento inicial para a doença de Parkinson deve consistir de levodopa, de agonistas da dopamina1 ou de inibidores da monoaminoxidase2 tipo B (MAO3-B). O objetivo do presente estudo foi estabelecer qual destas três classes de drogas, como tratamento inicial, proporciona o controle em longo prazo mais eficaz dos sintomas4 e a melhor qualidade de vida para as pessoas com doença de Parkinson em estágio inicial.

Neste julgamento pragmático, aberto, randomizado5, pacientes recém-diagnosticados com a doença de Parkinson6 foram divididos aleatoriamente (por chamada telefônica de um escritório central; 1:1:1) entre a terapia com poupadores de levodopa (agonistas dopaminérgicos ou MAO3-B) e levodopa isoladamente.

Benefícios muito pequenos, mas persistentes, foram mostrados para os escores de mobilidade avaliados pelos pacientes quando o tratamento é iniciado com levodopa em comparação com a terapia com poupadores de levodopa. MAO3-B como terapia inicial com poupadores de levodopa foi pelo menos tão eficaz quanto os agonistas dopaminérgicos.

Fonte: The Lancet, publicação online de 11 de junho de 2014

NEWS.MED.BR, 2014. Levodopa no tratamento inicial da doença de Parkinson: um amplo estudo randomizado publicado pelo The Lancet. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/547097/levodopa-no-tratamento-inicial-da-doenca-de-parkinson-um-amplo-estudo-randomizado-publicado-pelo-the-lancet.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.

Complementos

1 Dopamina: É um mediador químico presente nas glândulas suprarrenais, indispensável para a atividade normal do cérebro.
2 Inibidores da monoaminoxidase: Tipo de antidepressivo que inibe a enzima monoaminoxidase (ou MAO), hoje usado geralmente como droga de terceira linha para a depressão devido às restrições dietéticas e ao uso de certos medicamentos que seu uso impõe. Deve ser considerada droga de primeira escolha no tratamento da depressão atípica (com sensibilidade à rejeição) ou agente útil no distúrbio do pânico e na depressão refratária. Pode causar hipotensão ortostática e efeitos simpaticomiméticos tais como taquicardia, suores e tremores. Náusea, insônia (associada à intensa sonolência à tarde) e disfunção sexual são comuns. Os efeitos sobre o sistema nervoso central incluem agitação e psicoses tóxicas. O término da terapia com inibidores da MAO pode estar associado à ansiedade, agitação, desaceleração cognitiva e dor de cabeça, por isso sua retirada deve ser muito gradual e orientada por um médico psiquiatra.
3 Mão: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
4 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
5 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
6 Doença de Parkinson: Doença degenerativa que afeta uma região específica do cérebro (gânglios da base), e caracteriza-se por tremores em repouso, rigidez ao realizar movimentos, falta de expressão facial e, em casos avançados, demência. Os sintomas podem ser aliviados por medicamentos adequados, mas ainda não se conhece, até o momento, uma cura definitiva.
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