NEJM: cirurgia bariátrica versus terapia médica intensiva para diabetes, resultados de estudo com seguimento de três anos após a intervenção
Em ensaios clínicos1 randomizados de curto prazo (de duração de um a dois anos), a cirurgia bariátrica2 tem sido associada à melhora no diabetes mellitus3 tipo 2.
Foram avaliados os resultados, após três anos da randomização, de 150 pacientes obesos com diabetes tipo 24 não controlado, para receber apenas terapia intensiva5 médica ou tratamento médico intensivo mais bypass gástrico em Y de Roux ou gastrectomia vertical. O desfecho primário foi o nível de hemoglobina glicada6 de 6,0% ou menos.
A média de idade dos pacientes no início do estudo foi de 48±8 anos, 68% eram mulheres, o nível médio de hemoglobina glicada6 foi de 9,3±1,5% e o índice de massa corporal7 (IMC8) basal médio foi de 36,0±3,5. Um total de 91% dos pacientes completou 36 meses de acompanhamento. Aos três anos de seguimento, o critério para o desfecho primário foi alcançado por 5% dos pacientes no grupo da terapia médica intensiva, em comparação com 38% daqueles no grupo do bypass gástrico em Y de Roux (p<0,001) e 24% dos que estavam no grupo da gastrectomia (p=0,01). O uso de medicamentos hipoglicemiantes9, incluindo insulina10, foi menor nos grupos cirúrgicos do que no grupo que recebeu a terapia clínica. Os pacientes nos grupos cirúrgicos tiveram maiores reduções percentuais médias de peso em relação à linha de base, com reduções de 24,5±9,1% no grupo do bypass gástrico e 21,1±8,9% no grupo da gastrectomia, em comparação com uma redução de 4,2±8,3% no grupo da terapia médica (p<0,001 para ambas as comparações). Medidas de qualidade de vida foram significativamente melhores nos dois grupos cirúrgicos do que no grupo de terapêutica11 clínica conservadora. Não houve maiores complicações cirúrgicas tardias.
Este trabalho concluiu que entre os pacientes obesos com diabetes tipo 24 não controlado, após três anos de tratamento clínico intensivo associado à cirurgia bariátrica2 houve controle glicêmico significativo em mais pacientes do que naqueles que fizeram tratamento clínico isolado. A análise dos desfechos secundários, incluindo peso corporal, uso de medicamentos hipoglicemiantes9 e qualidade de vida também mostrou resultados favoráveis nos grupos cirúrgicos, em comparação com o grupo que recebeu o tratamento médico sem cirurgia.
Fonte: The New England Journal of Medicine (NEJM), de 31 de março de 2014