Caproato de 17-alfa hidroxiprogesterona reduz risco de parto prematuro espontâneo em artigo do American Journal of Obstetrics & Gynecology
Estudo publicado pelo periódico American Journal of Obstetrics & Gynecology relata que o caproato de 17-alfa hidroxiprogesterona reduz em cerca de 33% a recorrência1 de parto prematuro espontâneo em mulheres com história anterior de parto prematuro espontâneo. Uma concentração terapêutica2 não foi determinada, dificultando qualquer tentativa de aperfeiçoar o tratamento. Este estudo avaliou a relação entre as concentrações plasmáticas de caproato de 17-alfa hidroxiprogesterona e a taxa de parto prematuro espontâneo em mulheres com gestação única.
Uma única amostra de sangue3 foi obtida, entre 25 e 28 semanas de gestação, de 315 mulheres com parto prematuro espontâneo que participavam de um ensaio clínico prospectivo4, randomizado5, controlado com placebo6, avaliando o benefício de suplementação7 de ômega-3 na redução do nascimento prematuro. Todas as mulheres do estudo de referência receberam caproato de 17-alfa hidroxiprogesterona; 434 receberam suplementação7 de ômega-3 e 418 receberam placebo6. O plasma8 de 315 mulheres que aceitaram participar da pesquisa complementar foi analisado para medir a concentração de caproato de 17-alfa hidroxiprogesterona.
Os resultados mostraram que não houve diferenças entre os grupos que receberam placebo6 e ômega-3 em relação a variáveis demográficas, aos resultados ou na média de concentração do caproato de 17-alfa hidroxiprogesterona. As concentrações plasmáticas de caproato de 17-alfa hidroxiprogesterona variaram de 3,7 a 56 ng/ml. Mulheres com as concentrações plasmáticas de caproato de 17-alfa hidroxiprogesterona no quartil mais baixo tiveram um risco significativamente maior de parto prematuro espontâneo (p = 0,03) e parto em idade gestacional significativamente mais precoce (p = 0,002) do que as mulheres do segundo ao quarto quartis. As menores taxas de prematuridade foram observadas quando a mediana de concentração do caproato de 17-alfa hidroxiprogesterona excedia 6,4 ng/ml.
Concluiu-se que menores concentrações plasmáticas de caproato de 17-alfa hidroxiprogesterona estão associadas a um risco aumentado de parto prematuro espontâneo. Este achado confirma a eficácia deste tratamento, mas sugere que estudos adicionais são necessários para determinar a dosagem ideal a ser usada para prevenção de partos prematuros.
Fonte: American Journal of Obstetrics & Gynecology, volume 210, número 2, de fevereiro de 2014