Fatores socioeconômicos associados a admissões hospitalares por cetoacidose em pacientes diabéticos pediátricos, publicado no Clinical Endocrinology
A cetoacidose diabética1 (CAD) é uma complicação conhecida em crianças com diabetes mellitus2 tipo 1 (DM1), com uma taxa de mortalidade3 estimada em 2%. Estudo anterior já identificou que crianças com DM1 de raça não caucasiana tinham maior incidência4 de admissões hospitalares por CAD. O objetivo deste estudo, publicado no periódico Clinical Endocrinology, foi identificar os fatores socioeconômicos associados às admissões hospitalares por CAD.
Foi realizada uma revisão de prontuários de pacientes com CAD internados na unidade de terapia intensiva5 pediátrica, em Charleston, oeste da Virgínia, de Janeiro de 2007 a Dezembro de 2010. Os pacientes incluídos no estudo tinham idade entre 1 e 18 anos e diabetes mellitus2 tipo 1 por mais de seis meses. As taxas de internação em pacientes pediátricos com CAD foram comparadas àquelas da população normal do oeste da Virgínia. O instrumento de coleta de dados incluiu vários fatores socioeconômicos e a HbA1c6.
Analisou-se um total de 167 pacientes com diagnóstico7 de CAD à admissão, 57% eram do sexo feminino e 43% do sexo masculino. A média de idade era de 13,5 anos. Cerca de 12% eram afro-americanos e 88% eram caucasianos. A HbA1c6 média foi de 10,85 ± 2,36%. Os maiores riscos para CAD incluíam aqueles com HbA1c>14%, crianças afro-americanas e aquelas cobertas pelo Medicaid.
Este estudo identificou fatores socioeconômicos associados às internações por CAD. Os pacientes com maior risco de cetoacidose diabética1 incluem aqueles com HbA1c6 elevada, afro-americanos e aqueles com nível socioeconômico mais baixo deduzido pelo uso de cobertura do Medicaid. Os resultados podem ser utilizados para identificar os pacientes com maior risco para esta condição e para a implementação de estratégias de prevenção.
Fonte: Clinical Endocrinology, publicação online de 19 de novembro de 2013