Estudo inédito identifica que 15% das mulheres têm alteração genética que aumenta em 40% o risco de câncer de ovário, segundo artigo publicado na Nature Genetics
Pesquisa internacional de um grupo liderado por cientistas da Cancer1 Research UK Genetic Epidemiology Unit, na University of Cambridge e na University College London, estudou o genoma de 1810 mulheres com câncer1 de ovário2 e 2535 mulheres sem a doença no Reino Unido. O grupo analisou 2,5 milhões de variações nos pares cromossômicos para identificar erros de expressão ligados ao risco de câncer1 de ovário2.
Os cientistas identificaram as “letras” genéticas – chamadas single nucleotide polymorfisms (SNPs), que quando expressadas de maneira um pouco diferente no DNA aumentam o risco de câncer1 de ovário2 em algumas mulheres. Isto é o resultado de 8 anos de investigações. Com a ajuda do International Ovarian Cancer1 Association Consortium (OCAC), eles irão analisar mais 7 mil mulheres com câncer1 de ovário2 e 10 mil mulheres sem a doença em todo o mundo para confirmar estes achados.
A região de risco para o câncer1 de ovário2 está localizada no cromossomo3 9. Cada indivíduo possui 46 cromossomos4, 23 herdados da mãe e 23 herdados do pai. Quando esta alteração do DNA está presente em ambas as cópias do cromossomo3 9, estima-se um aumento de 40% no risco de câncer1 de ovário2, ou seja, 14 em 1000 mulheres – comparado a um risco de 10 em 1000. Aproximadamente 15% das mulheres estudadas no Reino Unido carregam esta variação nas duas cópias do cromossomo3.
O risco para as mulheres que carregam a variação do DNA em apenas uma cópia do cromossomo3 está aumentada em 20% de 10 em 1000 para 12 em 1000. Aproximadamente 40% das mulheres estudadas carregam uma única cópia com a variação no DNA.
Estes achados podem ser o primeiro passo para identificar mulheres em maior risco de ter câncer1 no ovário2 e ajudar os médicos a diagnosticar este tumor5 em um estágio precoce, quando o tratamento é mais efetivo.
Os genes BRCA1 e BRCA2 são genes de alto risco para o câncer1 de mama6 e é sabido que podem aumentar o risco de câncer1 de ovário2, mas falhas nesses genes são raras e provavelmente causam menos de cinco por cento de todos os casos de câncer1 de ovário2. Estas falhas não são responsáveis por todos os riscos herdados para o câncer1 de ovário2. É provável que o risco remanescente esteja de acordo com uma combinação de vários genes não identificados, os quais individualmente carregam um risco baixo a moderado. Com o presente estudo, os cientistas identificaram um deles. O objetivo é identificar os demais.
Fonte: Cancer1 Research UK