Dextrose em gel deve ser considerada tratamento de primeira linha para a hipoglicemia neonatal, em artigo publicado pelo The Lancet
A hipoglicemia1 neonatal é comum e constitui uma causa evitável de dano cerebral. A dextrose2 em gel é usada para reverter a hipoglicemia1 em indivíduos com diabetes3, no entanto, existe pouca evidência para seu uso em bebês4. O objetivo do Sugar Babies Study foi avaliar se o tratamento com dextrose2 em gel era mais eficaz do que apenas a amamentação5 para reverter a hipoglicemia1 neonatal em bebês4 com risco de hipoglicemia1.
Foi realizado um estudo randomizado6, duplo-cego, controlado com placebo7 em um centro terciário na Nova Zelândia, entre 01 de dezembro de 2008 e 31 de novembro de 2010. Os bebês4 com idades entre 35 e 42 semanas de gestação, com menos de 48 horas de vida e em risco para hipoglicemia1 foram distribuídos aleatoriamente (1:1) para receber dextrose2 em gel a 40% na dose de 200 mg/kg ou gel de placebo7. A aleatorização foi estratificada com base na diabetes3 materna e no peso do bebê ao nascer. O desfecho primário foi a falha do tratamento, definida como uma concentração de glicose8 no sangue9 de menos do que 2,6 mmol/L10 (ou 36 mg/dl11) após duas tentativas de tratamento.
De 514 bebês4 inscritos, 242 (47%) ficaram com hipoglicemia1 e foram randomizados. Cinco bebês4 foram aleatorizados com erro, deixando 237 para análise: 118 (50%) no grupo da dextrose2 e 119 (50%) no grupo do placebo7. A dextrose2 em gel reduziu a frequência de falha de tratamento, em comparação com o placebo7. Não foram observados eventos adversos graves.
O tratamento com gel de dextrose2 é barato e fácil de administrar. A dextrose2 em gel deve ser considerada como tratamento de primeira linha no manejo da hipoglicemia1 em recém-nascidos prematuros e a termo nas primeiras 48 horas após o nascimento.
Fonte: The Lancet, publicação online, de 25 de setembro de 2013