NEJM: saxagliptina e alogliptina, inibidores da dipeptidil peptidase 4 (DPP-4). Segurança e eficácia cardiovascular de alguns hipoglicemiantes ainda não são claras
O diabetes tipo 21 duplica o risco de complicações cardiovasculares em pacientes com ou sem doença cardiovascular estabelecida, assim a maioria dos pacientes diabéticos morre de doenças cardiovasculares2. Embora o controle glicêmico reduza as complicações diabéticas microvasculares, permanece a dúvida sobre qual esquema terapêutico utilizar para reduzir o risco cardiovascular nesses pacientes.
Dois ensaios clínicos3 usando inibidores da dipeptidil peptidadse 4 (DPP-4) foram publicados esta semana pelo The New England Journal of Medicine.
No estudo The Saxagliptin Assessment of Vascular4 Outcomes Recorded in Patients with Diabetes Mellitus5 (SAVOR)–Thrombolysis in Myocardial Infarction (TIMI) 53, conhecido como SAVOR-TIMI 53, foram estudados aleatoriamente 16.492 pacientes com diabetes tipo 21 que tinham um histórico de ou estavam em risco para eventos cardiovasculares. Eles receberam saxagliptina ou placebo6 e foram acompanhados por um período médio de dois anos. O desfecho primário foi um composto de morte cardiovascular, infarto do miocárdio7 ou acidente vascular cerebral8 isquêmico9.
Um evento do desfecho primário ocorreu em 613 pacientes do grupo de saxagliptina e em 609 no grupo de placebo6. Mais pacientes no grupo saxagliptina do que no grupo placebo6 foram hospitalizados por insuficiência cardíaca10. Taxas de pancreatite11 aguda e crônica foram semelhantes nos dois grupos.
Concluiu-se, neste estudo, que a inibição da DPP-4 com a saxagliptina não aumentou nem diminuiu a taxa de eventos isquêmicos, embora a taxa de hospitalização por insuficiência cardíaca10 tenha aumentado. Apesar de a saxagliptina melhorar o controle glicêmico, outras abordagens são necessárias para reduzir o risco cardiovascular em pacientes com diabetes12.
O segundo ensaio clínico publicado pelo NEJM, recebeu o nome de Examination of Cardiovascular Outcomes with Alogliptin versus Standard of Care (EXAMINE). Ele foi realizado para verificar se o uso de alogliptina não é inferior ao uso do placebo6 em relação aos principais eventos cardiovasculares em pacientes com diabetes tipo 21 que possuem alto risco cardiovascular, ou seja, aqueles que tinham sofrido alguma síndrome13 coronariana aguda que exigiu hospitalização (infarto do miocárdio7 ou angina14 instável) recentemente. Observou-se que nestes pacientes, o tratamento com alogliptina resultou em taxas de morte por causas cardiovasculares, infarto do miocárdio7 não fatal e acidente vascular4 não fatal semelhantes a aquelas encontradas com o uso do placebo6.
Fonte: The New England Journal of Medicine, de 2 de setembro de 2013