JAMA: esôfago de Barrett e câncer de esôfago. Erradicação endoscópica é o tratamento de escolha para a displasia de alto grau
O esôfago1 de Barrett, uma complicação da doença do refluxo gastroesofágico2 (DRGE), predispõe os pacientes ao adenocarcinoma3 esofágico, um tumor4 que tem aumentado sua incidência5 em mais de sete vezes ao longo das últimas décadas. Existem controvérsias a respeito das questões de rastreamento endoscópico e vigilância para o esôfago1 de Barrett, o tratamento para a DRGE subjacente e o papel da terapia de erradicação endoscópica.
A revisão clínica, publicada pelo The Journal of the American Medical Association, teve como objetivo revisar os conceitos atuais sobre patogênese6, diagnóstico7 e tratamento do esôfago1 de Barrett; discutir a importância da displasia8 no esôfago1 de Barrett e o papel da terapia de erradicação endoscópica para o seu tratamento, além de revisar as diretrizes atuais de gestão clínica desta condição.
As bases de dados MEDLINE e Cochrane Library foram pesquisadas de 1984 a abril de 2013. Citações adicionais foram obtidas através de referências contidas na pesquisa selecionada e em artigos de revisão.
Os fatores de risco para câncer9 de esôfago1 em portadores de esôfago1 de Barrett incluem DRGE crônica, hérnia10 hiatal, idade avançada, sexo masculino, raça branca, tabagismo e obesidade11 com uma distribuição de gordura intra-abdominal12 aumentada. O risco anual de câncer9 de esôfago1 é de aproximadamente 0,25% para pacientes13 sem displasia8 e de 6% para os pacientes com displasia8 de alto grau. Estudos de alta qualidade não encontraram diferenças significativas na incidência5 de câncer9 em pacientes com esôfago1 de Barrett, cuja DRGE é tratada clinicamente ou cirurgicamente. A terapêutica14 de erradicação endoscópica com a ablação15 por radiofrequência reduz significativamente a frequência de progressão para o câncer9 em pacientes com displasia8 de alto grau.
Concluiu-se que a triagem endoscópica é recomendada para pacientes13 com esôfago1 de Barrett que tenham múltiplos fatores de risco para o câncer9 de esôfago1. Para pacientes13 com esôfago1 de Barrett sem displasia8, a vigilância endoscópica em intervalos de 3 a 5 anos é recomendada, e a DRGE deve ser tratada tanto quanto é para pacientes13 sem esôfago1 de Barrett. A terapêutica14 de erradicação endoscópica é o tratamento de escolha para pacientes13 com displasia8 de alto grau e é uma opção para aqueles com displasia8 de baixo grau. A terapêutica14 de erradicação endoscópica não é recomendada para a população geral de pacientes com esôfago1 de Barrett sem displasia8.