Exercícios via internet ajudam a melhorar a capacidade cognitiva de pacientes com Alzheimer
Exercícios mentais baseados em computador são capazes de melhorar a capacidade cognitiva1 de pacientes com Alzheimer2 e representam uma terapia eficiente quando acrescentados ao tratamento medicamentoso padrão com inibidores de colinesterase. Cientistas de Barcelona descobriram que atividades computadorizadas com acesso à internet são ainda melhores que os exercícios clássicos de estímulo mental usados normalmente.
A descoberta, publicada na edição de outubro do Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry, foi de cientistas da Fundació ACE, Institut Català de Neurociències Aplicades de Barcelona e da Universidade de Pittsburgh.
"O sistema interativo multimídia baseado na internet, em combinação com o tratamento farmacológico padrão, fornece uma função cognitiva1 melhor aos pacientes e demonstra que são capazes de se beneficiar de estímulos cognitivos3, mesmo com a doença avançada", disse o principal pesquisador do projeto, Luís Tárraga.
O estudo randomizado4, duplo-cego, foi realizado em uma clínica para adultos com demência5 em Barcelona. Participaram 46 pacientes diagnosticados com mal de Alzheimer2 e recebendo tratamento com inibidores de colinesterase, inclusive durante todo o estudo.
Os pacientes foram distribuídos entre três grupos. O primeiro não recebeu tratamento cognitivo6. Esses pacientes viviam em casa e não participavam das atividades da clínica. O segundo participou de um Programa Integrado de Psico-estimulação (IPP), um conjunto de atividades diárias que incluía até 3h30 diários de estimulação cognitiva1, terapia ocupacional7, musicoterapia e atividade física. O terceiro grupo tomou parte no IPP e usou o sistema interativo multimídia baseado na internet (Imis). Seções no Imis, de 20 minutos cada, ocorreram três vezes por semana, durante 24 semanas.
Avaliações dos grupos foram feitas no início do projeto, com 12 semanas e com 24 semanas. Após 12 semanas, o grupo que recebeu tanto IPP quanto Imis havia melhorado em comparação com o grupo que ficava em casa. Esses avanços se mantiveram ao final das 24 semanas. O grupo que recebu apenas IPP mostrou progresso frente ao grupo de casa nas 12 semanas, mas houve regressão ao final das 24 semanas.