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Gravações audiovisuais de sete crianças com mortes súbitas inexplicáveis sugeriram que as mortes estavam relacionadas a ataques convulsivos

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Mais de 2.900 crianças norte-americanas com menos de 4 anos morrem de causas desconhecidas todos os anos, o que representa mais de 219.000 anos de vida perdidos anualmente. Eles estão principalmente relacionados ao sono e não são testemunhados, com autópsias normais, limitando a compreensão dos mecanismos de morte. Neste estudo, publicado no jornal científico Neurology, procurou-se compreender os potenciais mecanismos de morte avaliando vídeos de mortes súbitas em crianças pequenas.

Em um registro de 301 mortes infantis súbitas e inexplicáveis, uma série de 7 casos registrados consecutivamente com gravações de vídeos caseiros do último período de sono da criança foram avaliados independentemente por 8 médicos quanto à qualidade de vídeo, movimento e som.

Quatro meninos e três meninas (13 a 27 meses de idade no momento da morte) com vídeos disponíveis compartilhavam características demográficas semelhantes aos outros 293 casos do registro sem gravações de vídeo. Cinco gravações de vídeo foram contínuas e duas foram acionadas por som ou movimento. Duas não tinham áudio.

Todas as gravações contínuas incluíram um evento convulsivo terminal com duração de 8 a 50 segundos; 4 crianças sobreviveram por >2,5 minutos após a convulsão1. Entre os vídeos descontínuos, os lapsos de tempo limitaram a revisão; 1 sugeriu um evento convulsivo.

Seis crianças estavam de bruços com a face2 voltada para baixo e 1 apresentava evidência de obstrução das vias aéreas na autópsia3.

As análises não suportaram arritmias4 cardíacas primárias; todas as 7 crianças tinham patologia5 cardíaca normal e o sequenciamento completo do exoma6 não identificou variantes conhecidas de doença cardíaca.

O estudo demonstrou que gravações audiovisuais em 7 crianças com mortes súbitas inexplicáveis implicam fortemente que as mortes estavam relacionadas com convulsões, sugerindo que muitas mortes inexplicáveis relacionadas com o sono podem resultar de convulsões.

Leia sobre "Convulsões - o que são", "O que é morte súbita", "Morte súbita do lactente7" e "Apneia8 do sono em bebê".

 

Fonte: Neurology, publicação em 04 de janeiro de 2024.

 

NEWS.MED.BR, 2024. Gravações audiovisuais de sete crianças com mortes súbitas inexplicáveis sugeriram que as mortes estavam relacionadas a ataques convulsivos. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1464407/gravacoes-audiovisuais-de-sete-criancas-com-mortes-subitas-inexplicaveis-sugeriram-que-as-mortes-estavam-relacionadas-a-ataques-convulsivos.htm>. Acesso em: 21 nov. 2024.

Complementos

1 Convulsão: Episódio agudo caracterizado pela presença de contrações musculares espasmódicas permanentes e/ou repetitivas (tônicas, clônicas ou tônico-clônicas). Em geral está associada à perda de consciência e relaxamento dos esfíncteres. Pode ser devida a medicamentos ou doenças.
2 Face: Parte anterior da cabeça que inclui a pele, os músculos e as estruturas da fronte, olhos, nariz, boca, bochechas e mandíbula.
3 Autópsia: 1. Em medicina legal, necropsia ou autópsia é o exame minucioso de um cadáver, realizado por especialista qualificado, para determinar o momento e a causa da morte. 2. Exame, inspeção de si próprio. No sentido figurado, é uma análise minuciosa; crítica severa.
4 Arritmias: Arritmia cardíaca é o nome dado a diversas perturbações que alteram a frequência ou o ritmo dos batimentos cardíacos.
5 Patologia: 1. Especialidade médica que estuda as doenças e as alterações que estas provocam no organismo. 2. Qualquer desvio anatômico e/ou fisiológico, em relação à normalidade, que constitua uma doença ou caracterize determinada doença. 3. Por extensão de sentido, é o desvio em relação ao que é próprio ou adequado ou em relação ao que é considerado como o estado normal de uma coisa inanimada ou imaterial.
6 Exoma: Fração do genoma que codifica os genes.
7 Lactente: Que ou aquele que mama, bebê. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
8 Apnéia: É uma parada respiratória provocada pelo colabamento total das paredes da faringe que ocorre principalmente enquanto a pessoa está dormindo e roncando. No adulto, considera-se apnéia após 10 segundos de parada respiratória. Como a criança tem uma reserva menor, às vezes, depois de dois ou três segundos, o sangue já se empobrece de oxigênio.
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