Maior nível de folato de glóbulos vermelhos pré-concepção reduz o risco de cardiopatia congênita na prole
A suplementação1 de ácido fólico na pré-concepção2 tem sido sugerida para proteger contra doença cardíaca congênita3 (DCC), mas a associação entre folato de glóbulos vermelhos (GV) materno, o biomarcador padrão ouro de exposição ao folato, e risco subsequente de DCC da prole necessita maiores estudos.
O objetivo deste novo estudo, publicado no Annals of Internal Medicine, foi quantificar a associação entre folato GV materno na pré-concepção2 e risco de cardiopatia congênita3 na prole.
Saiba mais sobre "Cardiopatias congênitas4" e "Ácido fólico - como e por que usar".
Foi realizado um estudo prospectivo5, aninhado, caso-controle e randomização mendeliana de 1 amostra em 29 maternidades, em 12 distritos da Grande Xangai, na China.
Os participantes incluíram todas as 197 mães de filhos com DCC e 788 mães de filhos não afetados individualmente pareados da SPCC (Shanghai Preconception Cohort).
O folato GV materno foi medido antes ou no início da gravidez6. As razões de chances [ORs] foram estimadas usando regressão logística condicional após ajuste para covariáveis. A randomização mendeliana foi feita usando a metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR) C677T como instrumento genético.
As pacientes do caso apresentaram concentrações medianas de folato GV materno mais baixas do que as participantes do controle (714 nmol/L [intervalo interquartil, 482 a 1008 nmol/L] vs. 788 nmol/L [557 a 1094 nmol/L]).
As concentrações maternas de folato GV foram inversamente associadas com DCC da prole (OR ajustada por 100 nmol/L, 0,93 [IC 95%, 0,89 a 0,99]). A OR ajustada para mães com folato GV pré-concepção2 de 906 nmol/L ou mais (vs. <906 nmol/L) foi de 0,61 (IC, 0,40 a 0,93).
A randomização mendeliana mostrou que cada aumento de 100 nmol nas concentrações maternas de folato GV foi significativamente associado à redução do risco de DCC na prole (OR, 0,75 [IC, 0,61 a 0,92]).
A limitação do estudo foi a potencial confusão devido a covariáveis não medidas no estudo de caso-controle aninhado.
O estudo concluiu que o folato de glóbulos vermelhos materno mais alto está associado à redução do risco de doença cardíaca congênita3 na prole. Para a prevenção primária de cardiopatia congênita3, níveis de folato de glóbulos vermelhos mais altos do que os atualmente recomendados para a prevenção de defeitos do tubo neural7 podem ser necessários e justificam mais estudos.
Leia sobre "Pré-natal: o que é" e "Dieta saudável na gravidez6".
Fonte: Annals of Internal Medicine, publicação em 23 de agosto de 2022.