Estudo demonstra supressão viral prolongada do HIV através de imunoterapia com anticorpos anti-HIV-1
A infecção1 pelo HIV2-1 continua sendo um problema de saúde3 pública sem cura. A terapia antirretroviral (TARV) é eficaz, mas requer administração de medicamentos ao longo da vida devido a um reservatório estável de provírus latentes integrados ao genoma das células4 T CD4+.
A imunoterapia com anticorpos5 anti-HIV2-1 tem o potencial de suprimir a infecção1 e aumentar a taxa de eliminação das células4 infectadas. Neste estudo, publicado na revista Nature, pesquisadores relatam um ensaio clínico no qual pessoas vivendo com HIV2 receberam sete doses de uma combinação de dois anticorpos5 amplamente neutralizantes durante 20 semanas na presença ou ausência de TARV.
Sem pré-triagem de sensibilidade ao anticorpo6, 76% (13 de 17) dos voluntários mantiveram a supressão virológica por pelo menos 20 semanas sem TARV. As análises de sensibilidade post hoc não foram preditivas do tempo de recuperação viral.
Indivíduos nos quais o vírus7 permaneceu suprimido por mais de 20 semanas apresentaram viremia de rebote após um dos anticorpos5 atingir concentrações séricas abaixo de 10 µg ml−1.
Dois dos indivíduos que receberam todas as sete doses de anticorpos5 mantiveram a supressão após um ano.
A análise do reservatório realizada após seis meses de terapia com anticorpos5 revelou alterações no tamanho e composição do reservatório de provírus intacto. Por outro lado, não houve diminuição mensurável no reservatório defeituoso nos mesmos indivíduos.
Esses dados sugerem que a administração de anticorpos5 afeta o reservatório do HIV2-1, mas estudos adicionais maiores e mais longos serão necessários para definir o efeito preciso da imunoterapia de anticorpos5 no reservatório.
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Fonte: Nature, publicação em 13 de abril de 2022.