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Fazer ioga pelo menos uma vez por semana pode ajudar a baixar a pressão arterial

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Praticar ioga uma ou mais vezes por semana pode ajudar a baixar a pressão arterial1, de acordo com um grande estudo observacional realizado nos EUA e publicado no periódico científico BMC Public Health.

Cerca de um terço dos adultos em todo o mundo têm pressão alta, o que aumenta o risco de ataque cardíaco ou derrame2. A atividade física é conhecida por diminuir a pressão arterial1 não apenas durante os batimentos cardíacos (pressão sistólica3), mas também entre os batimentos (pressão diastólica4). No entanto, muitas pessoas têm dificuldade em aderir a regimes de exercícios. A ioga tende a ser mais sustentável do que outras formas de atividade física.

O estudo, que analisou os registros eletrônicos de saúde5 de 1.355 pessoas com idades entre 18 e 79 anos no sudeste da Pensilvânia, descobriu que as pessoas que praticavam ioga tinham uma pressão arterial1 sistólica 2,8 milímetros de mercúrio (mmHg) mais baixa e uma pressão arterial diastólica6 que foi 1,5 mmHg mais baixa do que aquelas que não praticavam.

Essa redução da pressão arterial1 provavelmente não faria uma grande diferença para a maioria das pessoas no estudo, já que tendiam a ser mulheres jovens e saudáveis que já tinham pressão arterial1 normal. Mas, em nível populacional, se a pressão arterial1 média diminuísse tanto, isso evitaria um número significativo de ataques cardíacos e derrames.

Saiba mais sobre "O que vem a ser pressão arterial1" e "Yoga: o que saber antes de iniciar".

Apesar de décadas de pesquisa e estratégias de tratamento estabelecidas, a hipertensão7 continua sendo um problema prevalente e intratável em nível populacional. A ioga, uma prática baseada no estilo de vida, demonstrou efeitos anti-hipertensivos em ambientes de ensaios clínicos8, mas pouco se sabe sobre sua eficácia no mundo real. Neste estudo, foram usados registros eletrônicos de saúde5 para investigar os efeitos anti-hipertensivos da ioga como praticada pelos pacientes em suas vidas diárias.

Foi realizado um estudo de caso-controle retrospectivo9 e observacional de 1.815 registros entre 1.355 pacientes expostos à ioga e 40.326 registros entre 8.682 pacientes não expostos à ioga coletados entre 2006 e 2016 de um sistema de saúde5 acadêmico regional.

Modelos lineares de efeitos mistos foram usados para estimar o efeito médio do tratamento da ioga nas pressões sanguíneas sistólica e diastólica. Modelos de regressão logística de efeitos mistos foram usados para calcular as razões de chance para a prática de ioga e quatro categorias de pressão arterial1: normal, elevada, hipertensão7 estágio I e hipertensão7 estágio II.

Os pacientes que praticavam ioga eram predominantemente brancos (88,0%) e do sexo feminino (87,8%), com idade média de 46 anos (IQR 32-57), que fazem ioga uma vez por semana (62,3%).

A ioga está associada a pressões arteriais sistólica (-2,8 mmHg, erro padrão 0,6; p <0,001) e diastólica (-1,5 mmHg, erro padrão 0,5; p = 0,001) mais baixas.

Pacientes que praticam ioga têm 85% mais chances (OR 1,85, IC 95% 1,39-2,46) de ter pressão arterial1 normal em relação a pacientes não expostos à ioga. Pacientes com idade entre 40 e 59 anos têm 67% menos chance (0,33, IC 95% 0,14-0,75) de ter hipertensão7 estágio II. Todos os tamanhos de efeito são dependentes da idade.

O estudo concluiu que a ioga, como praticada pelos pacientes em seu cotidiano, pode ser uma estratégia eficaz para o controle da pressão arterial1 e para a prevenção da hipertensão7 em nível populacional.

Leia sobre "Atividade física - um hábito adquirido com prazer", "Sintomas10 da hipertensão arterial11" e "Como prevenir a hipertensão7".

 

Fontes:
BMC Public Health, publicação em 27 de janeiro de 2022.
New Scientist, notícia publicada em 09 de fevereiro de 2022.

 

NEWS.MED.BR, 2022. Fazer ioga pelo menos uma vez por semana pode ajudar a baixar a pressão arterial. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1410550/fazer-ioga-pelo-menos-uma-vez-por-semana-pode-ajudar-a-baixar-a-pressao-arterial.htm>. Acesso em: 25 abr. 2024.

Complementos

1 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
2 Derrame: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
3 Pressão sistólica: É a pressão mais elevada (pico) verificada nas artérias durante a fase de sístole do ciclo cardíaco. É também chamada de pressão máxima.
4 Pressão Diastólica: É a pressão mais baixa detectada no sistema arterial sistêmico, observada durante a fase de diástole do ciclo cardíaco. É também denominada de pressão mínima.
5 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
6 Pressão arterial diastólica: É a pressão mais baixa detectada no sistema arterial sistêmico, observada durante a fase de diástole do ciclo cardíaco. É também denominada de pressão mínima.
7 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
8 Ensaios clínicos: Há três fases diferentes em um ensaio clínico. A Fase 1 é o primeiro teste de um tratamento em seres humanos para determinar se ele é seguro. A Fase 2 concentra-se em saber se um tratamento é eficaz. E a Fase 3 é o teste final antes da aprovação para determinar se o tratamento tem vantagens sobre os tratamentos padrões disponíveis.
9 Retrospectivo: Relativo a fatos passados, que se volta para o passado.
10 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
11 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
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