A terapia combinada para disfunção erétil, em comparação com a monoterapia, foi associada a melhores resultados
Combinar 2 tratamentos de primeira linha para disfunção erétil ou iniciar outras modalidades além de uma terapia de primeira linha pode produzir resultados benéficos.
O objetivo desse estudo, publicado pelo JAMA Network Open, foi avaliar se diferentes terapias combinadas para disfunção erétil foram associadas a melhores resultados em comparação com a monoterapia de primeira linha em vários subgrupos de pacientes com disfunção erétil.
Os estudos foram identificados por meio de uma busca sistemática na MEDLINE, Cochrane Library e Scopus desde o início dessas bases de dados até 10 de outubro de 2020.
Foram identificados ensaios clínicos1 randomizados ou estudos prospectivos de intervenção dos resultados da terapia combinada2 versus monoterapia recomendada em homens com disfunção erétil. Foram incluídos apenas estudos comparativos em humanos, que avaliaram a mudança desde a linha de base da função erétil autorrelatada usando questionários validados, que foram publicados em qualquer idioma.
Extração e síntese de dados foram realizadas de acordo com a diretriz de Itens de Relatório Preferidos para Revisões Sistemáticas e Metanálises (PRISMA).
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Foi realizada uma metanálise que incluiu ensaios clínicos1 randomizados que compararam os resultados da terapia combinada2 com inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5) mais outro agente vs monoterapia com inibidor da PDE5. Análises separadas foram realizadas para a alteração média do escore do Índice Internacional de Função Erétil (IIFE) da linha de base e o número de eventos adversos por diferentes modalidades de tratamento e subgrupos de pacientes.
Um total de 44 estudos incluiu 3.853 homens com idade média (DP) de 55,8 (11,9) anos. A terapia combinada2 em comparação com a monoterapia foi associada a uma média de melhoria do escore do IIFE de 1,76 pontos (IC 95%, 1,27-2,24; I² = 77%; IP 95%, -0,56 a 4,08).
A adição diária de tadalafil, de terapia por ondas de choque4 de baixa intensidade, de dispositivo erétil a vácuo, de ácido fólico, de cloridrato de metformina5 ou de inibidores da enzima6 conversora de angiotensina foi associada a uma melhora significativa no escore do IIFE, mas cada medida foi baseada em apenas um estudo.
Especificamente, a diferença média ponderada (DMP) no escore do IIFE foi de 1,70 (IC 95%, 0,79-2,61) para a adição de tadalafil diário, 3,50 (IC 95%, 0,22-6,78) para a adição de terapia por ondas de choque4 de baixa intensidade, 8,40 (IC 95%, 4,90-11,90) para a adição de um dispositivo erétil a vácuo, 3,46 (IC 95%, 2,16-4,76) para a adição de ácido fólico, 4,90 (IC 95%, 2,82-6,98) para a adição de cloridrato de metformina5 e 2,07 (IC 95%, 1,37-2,77) para a adição de inibidores da enzima6 conversora de angiotensina.
A adição de α-bloqueadores aos inibidores da PDE5 não foi associada à melhora no escore do IIFE (DMP, 0,80; IC 95%, -0,06 a 1,65; I² = 72%).
Em comparação com a monoterapia, a terapia combinada2 foi associada a uma melhoria no escore do IIFE em pacientes com hipogonadismo (DMP, 1,61; IC 95%, 0,99-2,23; I² = 0%), com disfunção erétil resistente à monoterapia (DMP, 4,38; IC 95%, 2,37-6,40; I² = 52%), ou com disfunção erétil induzida por prostatectomia (DMP, 5,47; IC 95%, 3,11-7,83; I² = 53%).
Os eventos adversos relacionados ao tratamento não diferiram entre a terapia combinada2 e a monoterapia (odds ratio, 1,10; IC 95%, 0,66-1,85; I² = 78%). Apesar de múltiplas análises de subgrupo e sensibilidade, os níveis de heterogeneidade permaneceram altos.
Esse estudo descobriu que a terapia combinada2 de inibidores da PDE5 e antioxidantes foi associada com disfunção erétil melhorada sem aumentar os eventos adversos. O tratamento com inibidores da PDE5 e tadalafil diário, ondas de choque4 ou um dispositivo a vácuo foi associado a uma melhora adicional, mas este resultado foi baseado em dados limitados.
Esses achados sugerem que a terapia combinada2 é segura, associada a melhores resultados, e deve ser considerada como terapia de primeira linha para casos de disfunção erétil refratários7, complexos ou difíceis de tratar.
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Fonte: JAMA Network Open, publicação em 18 de fevereiro de 2021.