Jovens com cardiopatia congênita têm chances significativamente maiores de ansiedade e/ou depressão e TDAH, de acordo com estudo do Pediatrics
Faltam dados sobre ansiedade, depressão e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) para jovens com doença cardíaca congênita1 (DCC), particularmente aqueles com DCC simples.
Este estudo, publicado no periódico Pediatrics, tem como objetivo caracterizar esses transtornos em jovens com DCC comparados àqueles sem DCC.
Saiba mais sobre "Cardiopatias congênitas2", "Ansiedade infatil" e "Depressão em crinaças".
Um estudo transversal comparativo foi realizado usando os prontuários médicos eletrônicos de um grande hospital terciário entre 2011 e 2016. Os critérios de inclusão foram jovens de 4 a 17 anos com >1 hospitalização ou visitas ao departamento de emergência3. Os critérios de exclusão foram pacientes com arritmias4 ou tratamento com clonidina e/ou benzodiazepínicos. A variável preditora primária foi o tipo de DCC: simples, complexa tipo ventrículo não único e complexa tipo ventrículo único.
A variável de desfecho primário foi um diagnóstico5 e/ou medicamento para ansiedade e/ou depressão ou TDAH. Os dados foram analisados por meio de regressão logística (Stata v15; Stata Corp, College Station, TX).
Identificou-se 118.785 pacientes, 1.164 com DCC. No geral, 18,2% (n = 212) dos pacientes com DCC tinham um diagnóstico5 ou medicamento para ansiedade ou depressão, em comparação com 5,2% (n = 6.088) daqueles sem DCC.
Todos os jovens com DCC tiveram chances significativamente maiores de ansiedade e/ou depressão ou TDAH. Crianças de 4 a 9 anos com DCC simples tinham chances ∼5 vezes maiores (odds ratio: 5,23; intervalo de confiança de 95%: 3,87-7,07) e aquelas com DCC complexa tipo ventrículo único tinham chances ∼7 vezes maiores (odds ratio: 7,46; intervalo de confiança de 95%: 3,70-15,07) de diagnóstico5 ou tratamento para ansiedade e/ou depressão.
Jovens de minorias e sem seguro de saúde6 tinham significativamente menor probabilidade de serem diagnosticados ou tratados para ansiedade e/ou depressão ou TDAH, independentemente da gravidade da doença.
O estudo concluiu que jovens com doença cardíaca congênita1 de todas as gravidades têm chances significativamente maiores de ansiedade e/ou depressão e TDAH em comparação com aqueles sem DCC. A triagem para essas condições deve ser considerada em todos os pacientes com DCC.
Leia também sobre "Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade" e "Saúde6 cardiovascular ideal na infância".
Fonte: Pediatrics, Vol. 147, Nº 2, em 01 de fevereiro de 2021.