Gostou do artigo? Compartilhe!

Gravidez após câncer de mama em pacientes com mutações germinativas nos genes BRCA

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie esta notícia

Mulheres jovens com mutações germinativas nos genes BRCA têm desafios reprodutivos únicos. A gravidez1 após o câncer2 de mama3 não aumenta o risco de recorrência4; no entanto, dados muito limitados estão disponíveis em pacientes com mutações BRCA.

Este estudo, publicado no Journal of Clinical Oncology, investigou o impacto da gravidez1 nos resultados do câncer2 de mama3 em pacientes com mutações germinativas nos genes BRCA.

Este é um estudo de coorte5 retrospectivo6 internacional, multicêntrico e hospitalar. Pacientes elegíveis foram diagnosticadas entre janeiro de 2000 e dezembro de 2012 com câncer2 de mama3 invasivo precoce com idade ≤40 anos e portaram mutações germinativas deletérias dos genes BRCA.

Os desfechos primários foram a taxa de gravidez1 e a sobrevida7 livre de doença (SLD) entre pacientes com e sem gravidez1 após o câncer2 de mama3. Os resultados da gravidez1 e a sobrevida7 global (SG) foram desfechos secundários. As análises de sobrevivência8 foram ajustadas para o viés do tempo de garantia, controlando fatores prognósticos conhecidos.

Das 1.252 pacientes com mutações germinativas nos genes BRCA (BRCA1, 811 pacientes; BRCA2, 430 pacientes; BRCA1/2, 11 pacientes) incluídas, 195 tiveram pelo menos 1 gravidez1 após o câncer2 de mama3 (taxa de gravidez1 aos 10 anos, 19%; IC 95%, 17% a 22%).

Abortos induzidos e abortos espontâneos ocorreram em 16 (8,2%) e 20 (10,3%) pacientes, respectivamente. Entre as 150 pacientes que deram à luz (76,9%; 170 bebês9), complicações na gravidez1 e anomalias congênitas10 ocorreram em 13 (11,6%) e 2 (1,8%) casos, respectivamente.

O acompanhamento médio desde o diagnóstico11 de câncer2 de mama3 foi de 8,3 anos. Não foram observadas diferenças na SLD (razão de risco ajustada [HR], 0,87; IC 95%, 0,61 a 1,23; P = 0,41) ou SG (HR ajustada 0,88; IC 95%, 0,50 a 1,56; P = 0,66) entre as coortes de gravidez1 e não gravidez1.

A gravidez1 após o câncer2 de mama3 em pacientes com mutações germinativas nos genes BRCA é segura sem piora aparente do prognóstico12 materno e está associada a resultados fetais favoráveis. Esses resultados dão maior segurança às pacientes com câncer2 de mama3 com mutação13 BRCA interessadas em fertilidade futura.

Leia sobre "Câncer2 de mama3" e "Informações e cuidados sobre o câncer2 de mama3 [ebook]".

 

Fonte: Journal of Clinical Oncology, publicação em 16 de julho de 2020.

 

NEWS.MED.BR, 2020. Gravidez após câncer de mama em pacientes com mutações germinativas nos genes BRCA. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1374443/gravidez-apos-cancer-de-mama-em-pacientes-com-mutacoes-germinativas-nos-genes-brca.htm>. Acesso em: 23 abr. 2024.

Complementos

1 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
2 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
3 Mama: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
4 Recorrência: 1. Retorno, repetição. 2. Em medicina, é o reaparecimento dos sintomas característicos de uma doença, após a sua completa remissão. 3. Em informática, é a repetição continuada da mesma operação ou grupo de operações. 4. Em psicologia, é a volta à memória.
5 Estudo de coorte: Um estudo de coorte é realizado para verificar se indivíduos expostos a um determinado fator apresentam, em relação aos indivíduos não expostos, uma maior propensão a desenvolver uma determinada doença. Um estudo de coorte é constituído, em seu início, de um grupo de indivíduos, denominada coorte, em que todos estão livres da doença sob investigação. Os indivíduos dessa coorte são classificados em expostos e não-expostos ao fator de interesse, obtendo-se assim dois grupos (ou duas coortes de comparação). Essas coortes serão observadas por um período de tempo, verificando-se quais indivíduos desenvolvem a doença em questão. Os indivíduos expostos e não-expostos devem ser comparáveis, ou seja, semelhantes quanto aos demais fatores, que não o de interesse, para que as conclusões obtidas sejam confiáveis.
6 Retrospectivo: Relativo a fatos passados, que se volta para o passado.
7 Sobrevida: Prolongamento da vida além de certo limite; prolongamento da existência além da morte, vida futura.
8 Sobrevivência: 1. Ato ou efeito de sobreviver, de continuar a viver ou a existir. 2. Característica, condição ou virtude daquele ou daquilo que subsiste a um outro. Condição ou qualidade de quem ainda vive após a morte de outra pessoa. 3. Sequência ininterrupta de algo; o que subsiste de (alguma coisa remota no tempo); continuidade, persistência, duração.
9 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
10 Congênitas: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
11 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
12 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
13 Mutação: 1. Ato ou efeito de mudar ou mudar-se. Alteração, modificação, inconstância. Tendência, facilidade para mudar de ideia, atitude etc. 2. Em genética, é uma alteração súbita no genótipo de um indivíduo, sem relação com os ascendentes, mas passível de ser herdada pelos descendentes.
Gostou do artigo? Compartilhe!