Bypass gástrico versus gastrectomia vertical em pacientes com diabetes tipo 2 (Oseberg): estudo publicado pelo The Lancet Diabetes & Endocrinology
Para pacientes1 com obesidade2 e diabetes3 tipo 2, a perda de peso melhora a sensibilidade à insulina4 e a função das células5 β do pâncreas6 e pode induzir à remissão do diabetes3. A eficácia comparativa de vários procedimentos bariátricos para a remissão do diabetes tipo 27 não foi totalmente elucidada.
O objetivo deste estudo publicado pelo The Lancet Diabetes3 & Endocrinology foi comparar os efeitos dos dois procedimentos bariátricos mais comuns, bypass gástrico e gastrectomia vertical, na remissão do diabetes3 e na função das células5 β.
Saiba mais sobre "Obesidade2", "Diabetes Mellitus8", "Papel da insulina4 no corpo" e "Cirurgia bariátrica9".
Foi realizado um estudo randomizado10, de centro único, triplo-cego, no Vestfold Hospital Trust (Tønsberg, Noruega), no qual pacientes (com idade ≥18 anos) com diabetes tipo 27 e obesidade2 foram designados aleatoriamente (1:1) para receber bypass gástrico ou gastrectomia vertical (estudo de Oseberg).
A randomização foi realizada com um gerador de números aleatórios computadorizado e um tamanho de bloco de 10. A alocação do tratamento foi mascarada dos participantes, do pessoal do estudo e dos avaliadores de resultados e foi ocultada com envelopes opacos selados. Os cirurgiões usaram incisões11 na pele12 idênticas durante as duas cirurgias e não estavam envolvidos no acompanhamento dos pacientes.
O desfecho clínico primário foi a proporção de participantes com remissão completa do diabetes tipo 27 (HbA1c13 de ≤6,0% [42 mmol/mol] sem o uso de medicamentos para baixar a glicose14) um ano após a cirurgia. O desfecho fisiológico15 primário foi o índice de disposição (uma medida da função das células5 β) um ano após a cirurgia, avaliado por um teste de tolerância à glicose14 intravenosa. Os desfechos primários foram analisados nas populações com intenção de tratar e por protocolo.
Entre 15 de outubro de 2012 e 1º de setembro de 2017, foram examinados 1.305 pacientes que estavam se preparando para a cirurgia bariátrica9, dos quais 319 pacientes consecutivos com diabetes tipo 27 foram avaliados quanto à elegibilidade. 109 pacientes foram inscritos e aleatoriamente designados para bypass gástrico (n = 54) ou gastrectomia vertical (n = 55). 107 (98%) dos 109 pacientes completaram um ano de acompanhamento, com um paciente em cada grupo retirando-se após a cirurgia (população por protocolo).
Na população com intenção de tratar, as taxas de remissão do diabetes3 foram maiores no grupo de bypass gástrico do que no grupo de gastrectomia vertical (diferença de risco 27% [IC 95% 10 a 44]; risco relativo [RR] 1,57 [1,14 a 2,16], p = 0,0054); os resultados foram semelhantes na população por protocolo (diferença de risco 27% [IC 95% 10 a 45]; RR 1,57 [1,14 a 2,15], p = 0,0036).
Na população com intenção de tratar, o índice de disposição aumentou em ambos os grupos (diferença entre grupos 55 [–111 a 220], p = 0,52); os resultados foram semelhantes na população por protocolo (diferença entre grupos 21 [–214 a 256], p = 0,86).
No grupo de bypass gástrico, 10 de 54 participantes tiveram complicações precoces e 17 de 53 tiveram efeitos colaterais16 tardios. No grupo de gastrectomia vertical, 8 de 55 participantes tiveram complicações precoces e 22 de 54 tiveram efeitos colaterais16 tardios. Nenhuma morte ocorreu em nenhum dos grupos.
O estudo concluiu que o bypass gástrico foi superior à gastrectomia vertical para remissão do diabetes tipo 27 em um ano após a cirurgia, e os dois procedimentos tiveram um efeito benéfico semelhante na função das células5 β do pâncreas6. O uso do bypass gástrico como procedimento bariátrico preferido para pacientes1 com obesidade2 e diabetes tipo 27 pode melhorar o tratamento do diabetes3 e reduzir os custos sociais relacionados.
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Fonte: The Lancet Diabetes3 & Endocrinology, vol. 7, nº 12, em 01 de dezembro de 2019.