Testes genéticos são importantes para o diagnóstico do diabetes tipo 1
No estudo Joslin Medalist Study (Medalists), publicado pelo Journal of Clinical Investigation, foi determinado se existem associações significativas entre a função das células1 β e as características patológicas e clínicas do diabetes mellitus2 tipo 1.
Indivíduos com diabetes3 tipo 1 (DM1) por 50 ou mais anos foram submetidos à avaliação, incluindo análise de HLA, status basal e longitudinal de autoanticorpos (AAb) e função das células1 β do pâncreas4 pelo teste de tolerância à refeição mista (MMTT) e por um procedimento de hiperglicemia5/clamp arginina. A análise postmortem do pâncreas4 de 68 Medalists (nome dado aos participantes deste estudo) foi executada. Genes monogênicos para diabetes3 foram rastreados para toda a coorte6.
Dos 1.019 Medalists, 32,4% mantiveram níveis detectáveis de peptídeo-C (> 0,05 ng/mL, mediana: 0,21 ng/mL). Naqueles que foram submetidos a um MMTT (n = 516), 5,8% responderam com uma duplicação dos níveis basais de peptídeo-C. Longitudinalmente (n = 181, mediana: 4 anos), os níveis de peptídeo C7 aumentaram em 12,2% (n = 22) e diminuíram em 37% (n = 67) dos Medalists.
Entre aqueles com MMTTs repetidos, 5,4% (3 de 56) e 16,1% (9 de 56) tiveram respostas de aumento e diminuição, respectivamente. Trinta Medalists com níveis basais de peptídeo C7 de 0,1 ng/mL ou superior foram submetidos ao procedimento clamp, sendo os Medalists HLA-/AAb- e HLA+/AAb- os mais responsivos. Exame postmortem do pâncreas4 de 68 Medalists mostrou que todos tinham células1 positivas para a insulina8 espalhadas; 59, além disso, tinham poucas células1 positivas para insulina8 dentro de algumas ilhotas9; e 14, adicionalmente, tinham lobos10 com múltiplas ilhotas9 com numerosas células1 positivas para insulina8.
A análise genética revelou que 280 Medalists (27,5%) tinham variantes monogênicas do diabetes3; em 80 (7,9%) desses indivíduos, as variantes foram classificadas como “provavelmente patogênicas” (“rare exome variant ensemble learner” [REVEL] > 0,75).
Os resultados deste estudo clínico, genético e patológico mostram claramente que a maioria dos indivíduos com diabetes tipo 111 retém células1 beta insulino-positivas, com muitos desses indivíduos respondendo a estímulos metabólicos mesmo após 50 anos de diagnóstico12 de diabetes tipo 111. Os Medalists eram heterogêneos em relação à função das células1 β, e muitos com alelos13 HLA+ de risco para diabetes3 também tinham variantes de diabetes3 monogênica14, indicando a importância do teste genético para a DM1 diagnosticada clinicamente.
O financiamento para este trabalho foi fornecido pelo Dianne Nunnally Hoppes Fund; Beatson Pledge Fund; o NIH, Instituto Nacional de Diabetes3 e Doenças Digestivas e Renais (NIDDK); e a American Diabetes3 Association (ADA).
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Fonte: The Journal of Clinical Investigation, publicação em 02 de julho de 2019.