Qual é o impacto dos genes no índice de massa corporal? Estudo publicado pelo BMJ observa esta relação
O estudo HUNT foi realizado com o objetivo de pesquisar as trajetórias do índice de massa corporal1 (IMC2) na Noruega ao longo de cinco décadas e avaliar a influência diferencial do ambiente obesogênico no IMC2 de acordo com a predisposição genética. A publicação é do periódico BMJ.
Saiba mais sobre "Cálculo3 do IMC2".
A população geral do Condado de Nord-Trøndelag, Noruega, foi estudada com a participação de 118.959 pessoas, com idades entre 13 e 80 anos, que participaram de um estudo longitudinal de saúde4, das quais 67.305 foram incluídas em análises de associação entre predisposição genética e IMC2. A principal medida de desfecho foi o IMC2.
Os resultados mostraram que a obesidade5 aumentou na Noruega entre meados da década de 1980 e meados da década de 1990 e, em comparação com os grupos de nascimentos mais velhos, os nascidos após 1970 já tinham um IMC2 substancialmente mais elevado na idade adulta.
O IMC2 diferiu substancialmente entre os maiores e menores quintos da suscetibilidade genética para todas as idades em cada década, e a diferença aumentou gradualmente entre 1960 e 2000. Para homens de 35 anos, os mais predispostos geneticamente tinham 1,20 kg/m² (intervalo de confiança de 95% de 1,03 a 1,37 kg/m²) de IMC2 maior do que os menos predispostos geneticamente nos anos da década de 60, em comparação com 2,09 kg/m² (1,90 a 2,27 kg/m²) nos anos 2000. Para mulheres da mesma idade, as diferenças correspondentes no IMC2 foram de 1,77 kg/m² (1,56 a 1,97 kg/m²) e 2,58 kg/m² (2,36 a 2,80 kg/m²), respectivamente.
Este estudo fornece evidências de que pessoas geneticamente predispostas estão em maior risco de IMC2 maior e que a predisposição genética interage com o ambiente obesogênico resultando em IMC2 maior, como observado entre meados da década de 1980 e meados da década de 2000. De qualquer forma, o IMC2 tem aumentado tanto para pessoas geneticamente predispostas quanto não predispostas, mostrando que o meio ambiente continua sendo o principal contribuinte.
Veja também sobre "Obesidade5", "Circunferência abdominal e doenças cardiovasculares6", "Síndrome metabólica7" e "Diferença entre fome e gula".
Fonte: BMJ, em 3 de julho de 2019.