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Cafeína pode aumentar em até 8% o nível de glicose no sangue de pacientes com diabetes tipo 2

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A pesquisa, publicada na revista científica Diabetes1 Care e realizada por cientistas americanos da Duke University, nos Estados Unidos, monitorou o nível de açúcar2 no sangue3 de dez pacientes diabéticos e sugeriu que a cafeína pode aumentar o nível de glicose4 diário em até 8%, principalmente após as refeições (glicemia pós-prandial5).

Os participantes, dez diabéticos do tipo 2 que ainda não fazem uso de insulina6 para o controle da glicemia7, ingeriram diariamente - de maneira alternada - dois tipos de comprimidos: um placebo8 e uma cápsula de cafeína equivalente a quatro xícaras de café (500 mg de cafeína em cada cápsula). Os níveis de açúcar2 foram monitorados através de um sensor de glicose4 subcutâneo9 capaz de monitorar os níveis de glicose4 por um período de até 72 horas.

Segundo James Lane, coordenador do estudo, o próximo passo é analisar se uma dieta sem cafeína pode ajudar a controlar o nível de açúcar2 em pacientes com diabetes1 2.

Uma das possíveis causas do aumento no nível de glicose4 pode ser a interferência da cafeína no processo de transporte da glicose4 do sangue3 para os músculos10 ou outras células11 do organismo. A cafeína pode também ativar a liberação de adrenalina12, o que contribui para o aumento no nível de açúcar2.

O estudo é limitado pelo reduzido número de participantes envolvidos e pelo pequeno período de seguimento dos mesmos - 72 horas. É preciso realizar mais pesquisas antes de pedir aos diabéticos que parem de tomar café, explicou Cathy Moulton, da ONG Diabetes1 UK.

A melhor maneira de controlar o nível de glicose4 é uma alimentação saudável, prática de atividades físicas regulares e monitoramento dos níveis de glicose4 sangüínea através de um acompanhamento médico individualizado.

Os resultados deste estudo vão contra pesquisas prévias que demonstraram que a cafeína pode reduzir o risco de diabetes tipo 213.

Fonte: Diabetes1 Care

NEWS.MED.BR, 2008. Cafeína pode aumentar em até 8% o nível de glicose no sangue de pacientes com diabetes tipo 2. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/13076/cafeina-pode-aumentar-em-ate-8-o-nivel-de-glicose-no-sangue-de-pacientes-com-diabetes-tipo-2.htm>. Acesso em: 24 abr. 2024.

Complementos

1 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
2 Açúcar: 1. Classe de carboidratos com sabor adocicado, incluindo glicose, frutose e sacarose. 2. Termo usado para se referir à glicemia sangüínea.
3 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
4 Glicose: Uma das formas mais simples de açúcar.
5 Glicemia pós-prandial: Teste de glicose feito entre 1 a 2 horas após refeição.
6 Insulina: Hormônio que ajuda o organismo a usar glicose como energia. As células-beta do pâncreas produzem insulina. Quando o organismo não pode produzir insulna em quantidade suficiente, ela é usada por injeções ou bomba de insulina.
7 Glicemia: Valor de concentração da glicose do sangue. Seus valores normais oscilam entre 70 e 110 miligramas por decilitro de sangue (mg/dl).
8 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
9 Subcutâneo: Feito ou situado sob a pele. Hipodérmico.
10 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
11 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
12 Adrenalina: 1. Hormônio secretado pela medula das glândulas suprarrenais. Atua no mecanismo da elevação da pressão sanguínea, é importante na produção de respostas fisiológicas rápidas do organismo aos estímulos externos. Usualmente utilizado como estimulante cardíaco, como vasoconstritor nas hemorragias da pele, para prolongar os efeitos de anestésicos locais e como relaxante muscular na asma brônquica. 2. No sentido informal significa disposição física, emocional e mental na realização de tarefas, projetos, etc. Energia, força, vigor.
13 Diabetes tipo 2: Condição caracterizada por altos níveis de glicose causada tanto por graus variáveis de resistência à insulina quanto por deficiência relativa na secreção de insulina. O tipo 2 se desenvolve predominantemente em pessoas na fase adulta, mas pode aparecer em jovens.
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