Hipotensão ortostática e o risco de demência: um estudo de base populacional publicado pelo PLOS Medicine
A hipotensão1 ortostática (HO) é uma causa comum de hipoperfusão cerebral transitória na população. A hipoperfusão cerebral é amplamente associada à deterioração cognitiva2, mas se a HO contribui para o declínio cognitivo3 e para a demência4 ainda não se sabe. O objetivo dos pesquisadores do Brain Heart Connection Collaborative Research Group neste estudo foi determinar a associação entre HO e o risco de desenvolver demência4 na população em geral.
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Entre 4 de outubro de 1989 e 17 de junho de 1993, foram avaliados dados de pacientes com hipotensão1 ortostática (HO) não dementes, que não tinham sofrido acidente vascular cerebral5 e que faziam parte do estudo de base populacional holandesa, conhecido como Rotterdam Study. A HO foi definida como uma queda ≥20 mmHg na pressão arterial sistólica6 (PAS) ou uma queda ≥10 mmHg na pressão arterial diastólica7 (PAD) dentro de 3 minutos da mudança postural. Também se calculou a variabilidade na PAS relacionada à mudança postural, expresso por coeficiente de variação.
O acompanhamento para a demência4 foi conduzido até 1° de Janeiro de 2014. Determinou-se o risco de demência4 em relação à HO e à variabilidade na PAS, utilizando um modelo de regressão de Cox, ajustado para idade, sexo, condição de fumante, ingestão de álcool, PAS, PAD, colesterol8, proporção de lipoproteína de alta densidade, diabetes9, índice de massa corporal10, uso de anti-hipertensivo, hipolipemiantes ou medicação anticolinérgica, e genótipos da apolipoproteína E. Finalmente, os pesquisadores exploraram se as associações variaram de acordo com aumento compensatório da frequência cardíaca.
Entre 6.204 participantes (média de idade de 68,5 ± 8,6 anos; 59,7% do sexo feminino), com um seguimento médio de 15,3 anos, 1.176 desenvolveram demência4, dos quais 935 (79,5%) tinham doença de Alzheimer11 e 95 (8,1%) tinham demência4 vascular12. A HO foi associada com um aumento do risco de demência4, o que foi semelhante para a doença de Alzheimer11 e para a demência4 vascular12. Da mesma forma, uma maior variabilidade da PAS com a mudança postural foi associada a um risco aumentado de demência4, o que foi semelhante ao excluir aqueles que preenchiam os critérios formais para HO. O risco de demência4 foi particularmente aumentado em pessoas com HO a quem faltava um aumento compensatório da frequência cardíaca.
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As limitações deste estudo incluem potencial confusão residual apesar dos ajustes rigorosos e generalizações potencialmente limitadas para populações de ascendência não europeia.
Concluiu-se que nesta população predominantemente de origem europeia, a HO foi associada a um aumento no risco de demência4 no longo prazo.
Fonte: PLOS Medicine, em 11 de outubro de 2016