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Cerca de 40% dos acidentes vasculares cerebrais poderiam ser prevenidos com o controle da pressão arterial. O pior problema é a falta de adesão ao tratamento

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Artigo publicado no jornal The Lancet deste mês mostra que a hipertensão arterial1 está fora de controle. O risco de se tornar hipertenso durante a vida supera o limiar espantoso de 90% para uma pessoa que vive em um país desenvolvido. Mesmo em países com sistemas de saúde2 que funcionam, nos quais os tratamentos estão disponíveis à população, pesquisas mostram que o principal problema é a falta de adesão ao tratamento.

Segundo dados do III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial1, o limiar da normalidade da pressão arterial3 situa-se entre 130-139mmHg para a pressão sistólica4 e 85-89mmHg para a pressão diastólica5.


Um em cada quatro adultos já sofre desta condição, a qual aumenta o risco de doença cardíaca, derrame6 e morte. Um estilo de vida não saudável pode colaborar para que a hipertensão arterial1 atinja 1,56 bilhões de pessoas em 2025. Eram 972 milhões em 2000, de acordo com artigo publicado no jornal The Lancet.

 

 

Apesar de tratamentos efetivos disponíveis, os níveis ideais de pressão arterial3 são raramente alcançados, mesmo em países em que o custo das medicações não é um problema. Muitos pacientes ainda acreditam que a hipertensão arterial1 é uma condição curável e param ou reduzem a medicação assim que os níveis pressóricos7 diminuem.


A hipertensão8 é o primeiro sinal9 irreversível de que muitos órgãos do corpo estão sob risco. Ela é como uma bomba-relógio e deve ser levada a sério. Costuma passar despercebida e sem diagnóstico10 até que alguma coisa séria e potencialmente fatal, como um derrame6 ou um infarto11, ocorra. Os médicos devem passar esta mensagem aos pacientes para que as pessoas se conscientizem das conseqüências de um estilo de vida não saudável e tomem medidas preventivas reais.


Atualmente, uma pessoa no mundo ocidental têm 90% de chance de desenvolver pressão alta durante a vida. A inatividade física, uma dieta rica em sal e comidas gordurosas ou processadas, o uso de álcool ou cigarro faz com que o problema se espalhe com uma velocidade alarmante em países desenvolvidos e economias emergentes, como China e Índia.


É um problema prevenível se as pessoas de todas as idades começarem a prestar atenção no seu estilo de vida e começarem a agir para reduzir seus riscos.


Segundo o Dr. Isabel Lee, da The Stroke Association, a cada 5 minutos o derrame6 cerebral faz uma vítima no Reino Unido. São 150 mil a cada ano. Mais de 40% desses derrames poderiam ser prevenidos com o controle da hipertensão arterial1.


É importante aferir a pressão arterial3 regularmente e é igualmente importante aderir ao uso dos medicamentos prescritos por um médico, mesmo que a pressão volte aos níveis normais aceitáveis.

As pessoas podem tomar cuidados adicionais como parar de fumar, manter uma dieta saudável, fazer exercícios regulares, não abusar do sal ou de bebidas alcóolicas.


Todos acima de 40 anos devem falar com seus médicos sobre fazer um check-up completo para averiguar riscos cardiovasculares e conhecer as medidas de prevenção existentes.


Fonte: The Lancet

Leia também: Sou hipertenso. O que fazer?

NEWS.MED.BR, 2007. Cerca de 40% dos acidentes vasculares cerebrais poderiam ser prevenidos com o controle da pressão arterial. O pior problema é a falta de adesão ao tratamento. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/11620/cerca-de-40-dos-acidentes-vasculares-cerebrais-poderiam-ser-prevenidos-com-o-controle-da-pressao-arterial-o-pior-problema-e-a-falta-de-adesao-ao-tratamento.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.

Complementos

1 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
2 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
3 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
4 Pressão sistólica: É a pressão mais elevada (pico) verificada nas artérias durante a fase de sístole do ciclo cardíaco. É também chamada de pressão máxima.
5 Pressão Diastólica: É a pressão mais baixa detectada no sistema arterial sistêmico, observada durante a fase de diástole do ciclo cardíaco. É também denominada de pressão mínima.
6 Derrame: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
7 Níveis pressóricos: Em cardiologia, níveis pressóricos são os níveis de pressão arterial.
8 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
9 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
10 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
11 Infarto: Morte de um tecido por irrigação sangüínea insuficiente. O exemplo mais conhecido é o infarto do miocárdio, no qual se produz a obstrução das artérias coronárias com conseqüente lesão irreversível do músculo cardíaco.
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