Café pode melhorar contrações involuntárias das pálpebras
Pesquisa publicada no Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry de junho de 2007 mostra que o consumo de café está inversamente associado ao blefaroespasmo1 essencial eenigno (BEB), ou seja, as contrações involuntárias das pálpebras2. No estudo realizado não houve associação significativa entre o número de cigarros consumidos por dia e o blefaroespasmo1.
Estudo multicêntrico caso-controle (com 166 pacientes que apresentam blefaroespasmo1 essencial benigno, 228 pacientes-controle de hospital com espasmo3 hemifacial primário e 187 indivíduos-controle de 5 centros na Itália) foi realizado para investigar associação entre blefaroespasmo1 essencial benigno (BEB), consumo de café e hábitos de fumo por dia. Informações sobre idade de início do sintoma4, número de cigarros fumados por dia e número de xícaras de café consumidas por dia foram colhidas e ajustadas para todos os participantes.
Os resultados mostraram uma associação inversa significativa entre o BEB e o consumo de café, e tendência a uma associação mais forte quando a quantidade de café consumida era maior. Não houve correlação significativa entre o BEB e o número de cigarros consumidos por dia.
O blefaroespasmo1, ou seja, a contração involuntária5 e espasmódica6 das pálpebras2, pode aparecer em qualquer fase da vida e gerar problemas para as pessoas que são acometidas por esta condição. Além disso, pode causar dificuldade visual em conseqüência do tempo em que as pálpebras2 permanecem fechadas, embora os pacientes tenham a função visual normal. Quando há um quadro mais intenso, o paciente pode ficar com as pálpebras2 fechadas durante várias horas, o que é chamado de cegueira funcional.
Não se sabe quais são as causas do BEB, porém existem comprovações de que ocorre um aumento da descarga de excitação originada dos gânglios7 da base.
A incidência8 da doença é maior no sexo feminino, com uma relação de 3:1. A média etária do começo dos sintomas9 é de 56 anos.
Geralmente o quadro tem início com movimentos exagerados de piscar de olhos10 e/ou irritação ocular. Com a progressão, os sintomas9 ocorrem durante a maior parte do dia, apenas desaparecendo nas horas seguintes ao sono. Luz, estresse, cansaço, dirigir, ler e assistir televisão podem piorar os espasmos11. Dormir ou relaxar melhoram os sintomas9.
O tratamento atual é realizado com injeções periódicas de pequenas doses de toxina12 botulínica (Botox), com medicamentos sob a supervisão de um médico neurologista13 ou cirurgia para aqueles que não podem fazer uso de remédios, ou que não obtiveram resultado satisfatório no tratamento com o Botox.