JAMA: controle rígido da pressão arterial sistólica (até 120 mmHg) em idosos pode ser melhor para evitar doenças cardiovasculares
Um trabalho, com publicação online pelo The Journal of the American Medical Association (JAMA), teve o objetivo de avaliar os efeitos do controle intensivo (<120 mmHg) em comparação com o controle padrão (<140 mmHg) para os alvos da pressão arterial sistólica1 (PAS) em pessoas com 75 anos ou mais de idade, com hipertensão arterial2, mas sem diabetes3.
No estudo multicêntrico, com pacientes com 75 anos ou mais de idade, integrantes do estudo The Systolic Blood Pressure Intervention Trial (SPRINT), acompanhados de 20 de outubro de 2010 a 20 de agosto de 2015, os participantes foram distribuídos aleatoriamente para um alvo de PAS inferior a 120 mmHg (grupo de tratamento intensivo, n=1317) ou para um alvo de PAS inferior a 140 mmHg (grupo de tratamento padrão, n=1319).
Os resultados primários de doenças cardiovasculares4 foram um composto de infarto do miocárdio5 não fatal, síndrome6 coronariana aguda não resultando em infarto do miocárdio5, acidente vascular cerebral7 não fatal, insuficiência cardíaca8 aguda descompensada não fatal e morte por causas cardiovasculares. Todas as causas de mortalidade9 foram um resultado secundário.
Entre 2636 participantes (idade média de 79,9 anos; 37,9% mulheres), 2510 (95,2%) forneceram dados completos no acompanhamento. Em um acompanhamento médio de 3,14 anos, houve uma taxa significativamente menor do resultado primário composto (102 eventos no grupo de tratamento intensivo vs 148 eventos no grupo tratamento padrão) e de todas as causas de mortalidade9 (73 mortes vs 107 mortes, respectivamente). A taxa global de eventos adversos graves não foi diferente entre os grupos de tratamento (48,4% no grupo de tratamento intensivo vs 48,3% no grupo de tratamento padrão). As taxas absolutas de hipotensão10 foram de 2,4% no grupo de tratamento intensivo vs 1,4% no grupo de tratamento padrão e de 3,0% vs 2,4%, respectivamente, para síncope11; 4,0% vs 2,7% para alterações eletrolíticas; 5,5% vs 4,0% para lesão12 renal13 aguda e 4,9% vs 5,5% para quedas que levaram a danos secundários.
Entre os adultos estudados, um controle mais rígido da PAS (alvo de PAS inferior a 120 mmHg) em comparação com uma meta de PAS inferior a 140 mmHg (controle padrão) resultou em taxas de mortalidade9 e de eventos cardiovasculares fatais e não fatais significativamente mais baixas.
Fonte: Journal of the American Medical Association (JAMA), publicação online, em 19 de maio de 2016