Cirurgia bariátrica pode estar relacionada ao desenvolvimento da encefalopatia de Wernicke
Artigo de revisão, publicado na revista Neurology desta semana, discorre sobre a possibilidade de desenvolvimento do distúrbio neurológico conhecido como encefalopatia1 de Wernicke por pessoas que passaram por uma cirurgia bariátrica2 (cirurgia para redução do tamanho do estômago3), principalmente mulheres jovens que apresentaram vômitos4 freqüentes no pós-operatório.
Após extensa revisão literária sobre ocorrência de encefalopatia1 de Wernicke após cirurgia bariátrica2, foram encontrados 32 casos relatados de encefalopatia1 após a cirurgia (sendo 27 em mulheres). A encefalopatia1 foi observada de 2 a 18 semanas após a realização do procedimento. A maioria dos pacientes apresentou vômitos4 como um fator de risco5 (n=25) e a tríade da encefalopatia1 (confusão mental, ataxia6 e nistagmo7; n=21). Neuropatia8 óptica, papiledema, tontura9, asterixis, fraqueza e neuropatia8 sensorial e motora também foram relatadas.
Este tipo de encefalopatia1 é causado pela deficiência de tiamina e é observada principalmente em alcoólatras, mas pode também ocorrer em casos de desnutrição10, hiperêmese gravídica e em pacientes que fazem uso de nutrição parenteral11 sem tiamina. É caracterizada por nistagmo7, paralisia12 do nervo abducente (VI nervo) e do olhar conjugado, além de ataxia6 cerebelar e alterações mentais. O diagnóstico13 é essencialmente clínico, pois os achados radiográficos são normais em alguns pacientes.
Estudos prospectivos para determinar a prevalência14 deste problema e protocolos para suplementação15 de tiamina (vitamina16 B1) necessitam ser avaliados, principalmente depois da publicação desta revisão literária. Os pesquisadores garantem que, se reconhecido precocemente, o problema pode ser tratado com injeções de vitamina16 B1. De acordo com Singh, coordenador da revisão, são necessários mais estudos para se definir com que freqüência o distúrbio atinge pacientes submetidos à cirurgia.
Fonte: Neurology